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Brasil

MP denuncia dois PMs por assassinato de Kathlen Romeu, grávida morta no Rio

O grupo negou ainda recolhimento de cápsulas de bala no local e explicou que retornou para a base da UPP do Lins

FolhaPress

14/07/2022 18h19

Foto: Imagem ilustrativa

Lola Ferreira
Rio de Janeiro, RJ

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou nesta quinta-feira (14) os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano pela morte da designer de interiores Kathlen Romeu, atingida por um tiro no Complexo do Lins, zona norte do Rio, em junho de 2021. Aos 24 anos, ela estava grávida do seu primeiro filho.

A denúncia acontece 13 meses após a morte da jovem, depois de uma série de reclamações dos familiares de Kathlen, que viam descaso do Ministério Público em relação à investigação sobre o homicídio. Em maio, houve a primeira audiência sobre a denúncia de fraude processual para apurar se os policiais alteraram a cena do crime.

Na denúncia apresentada hoje à 2ª Vara Criminal da Capital, a 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada entendeu que a dupla de PMs disparou contra um grupo suspeito de tráfico de drogas sem que fossem percebidos – ação chamada de “Tróia” -, “não havendo qualquer ação que legitimasse a referida agressão”.

Nenhuma outra pessoa foi atingida além de Kathlen, que caminhava com sua avó em uma rua de grande movimento. De acordo com a denúncia, a ação foi direcionada a suspeitos, mas estes não ofereciam risco pois já estavam em fuga.

PMS NEGAM EMBOSCADA

No dia 16 de maio, foi realizada uma audiência na Auditoria da Justiça Militar para tratar de outra denúncia do mesmo caso: a de que houve fraude processual na ação. Cinco PMs são acusados de alterarem a cena do crime.

Os policiais foram questionados sobre a prática de troia na comunidade, citada pela mãe de Kathlen, e negaram a ocorrência. Os PMs informaram que estavam na favela em patrulhamento e que se deslocaram para o local onde a jovem foi baleada, após ouvirem os primeiros tiros na comunidade.

O grupo negou ainda recolhimento de cápsulas de bala no local e explicou que retornou para a base da UPP do Lins, após serem hostilizados por moradores. Os agentes negam ter permanecido na região para preservar o local do crime para perícia.

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