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Brasil

Feminicídio no Brasil: casos batem recorde no 1º semestre de 2022

Especialista em direito da mulher e gênero afirma que o número de casos de feminicídio aumentam diante de um momento em que está ocorrendo a redução de dinheiro destinado às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher

Redação Jornal de Brasília

07/12/2022 17h50

Foto: Agência Brasil

Nathália Maciel
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Dados de uma pesquisa divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quarta-feira (7), afirmam que no primeiro semestre do ano de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio em todo Brasil, isso significa que ocorre quatro casos por dia. O número assusta, por ser o maior registrado em um só semestre.

Em média, uma pessoa do sexo feminino é estrupada a cada nove minutos no país e 74,4% foram registrados como estupro de vulnerável. A alta chega a ser de 12,5% comparado ao semestre de 2021, com 29,285 vítimas.

Especialista em direito da mulher e gênero, Mariana Nery afirma que o número de casos de feminicídio aumentam diante de um momento em que está ocorrendo a redução de dinheiro destinado às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. Mariana salienta a importância de políticas de combate à violência.

“As políticas públicas são um conjunto de ações e estratégias de caráter público com vistas a regular a relação do Estado com a sociedade e vice-versa. A Lei Maria da Penha, notório avanço no combate à violência contra mulher, não é suficiente para erradicar a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade brasileira nos dias atuais. Sendo assim, não é nada surpreendente que quanto menos verbas são destinadas a essas políticas de prevenção, maior serão os números de violência contra a mulher, em especial ao feminicídio”, explica Mariana Nery.

A advogada ainda descreve a complexidade desse aumento. “É preciso entender que o problema da violência contra mulher é sistêmico e estrutural, não podendo acabar com mera publicação de uma lei. Esse ordenamento precisa ser aplicado dentro do espírito que foi criado pelos legisladores e, principalmente, é necessário que o governo crie e cultive políticas públicas que possam acolher as vítimas de violência doméstica.”

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