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Brasil

Ex-diretor da Abin é principal alvo de operação da Polícia Federal

Alexandre Ramagem é acusado de utilizar ferramentas da Abin para monitorar, de forma ilegal, autoridades públicas

Camila Bairros

25/01/2024 7h50

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Federal deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, que visa investigar uma organização criminosa que se instalou na Agência Braseira de Inteligência (Abin) e utilizou ferramentas para monitorar, de forma ilegal, autoridades públicas. O principal alvo de hoje é Alexandre Ramagem, ex-diretor da pasta.

O monitoramento era feito por meio de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis, e isso acontecia sem autorização judicial.

Os agentes estão nas ruas cumprindo 21 mandados de busca e apreensão, sendo 18 em Brasília-DF, uma em Juiz de Fora-MG, uma em São João Del Rei-MG e uma no Rio de Janeiro-RJ. Também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, e sete policiais federais devem ser afastados imediatamente do exercício de suas funções públicas.

Essa operação é um aprofundamento das investigações que começaram em outubro do ano passado, com a Operação Última Milha. As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.

Todos os suspeitos devem ser intimados para depor. Caso sejam condenados, eles poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Quem é Alexandre Ramagem?

Em-diretor-geral da Abin, Alexandre foi delegado da Polícia Federal e chegou a ser nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar a PF, mas foi impedido de assumir por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que viu indício de desvio de finalidade na escolha do nome.

Ramagem chefiou a equipe de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, depois do episódio da facada em Juiz de Fora-MG, e depois acabou se tornando amigo próximo da família do presidente.

Nas eleições de 2022, disputou para oc argo de deputado federal pelo Rio de Janeiro, quando acabou eleito.

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