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Brasil

Com escassez, Saúde fará campanha para ‘uso racional’ de oxigênio em pacientes de Covid, diz Queiroga

Queiroga disse que convidou Carlos Carvalho, professor titular de cardiopneumologia da Universidade de São Paulo, para trabalhar junto à pasta em protocolos assistenciais

Brasília Assombrada

29/03/2021 19h16

Foto: Agência Brasil

NATÁLIA CANCIAN E RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF

Em meio à escassez de oxigênio em algumas regiões do país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda (29) que pretende fazer uma campanha junto a profissionais de saúde para que haja uso “racional” do insumo em pacientes com Covid-19.

O ministro disse que convidou Carlos Carvalho, professor titular de cardiopneumologia da Universidade de São Paulo, para trabalhar junto à pasta em protocolos assistenciais, entre eles o de racionalizar o oxigênio.

“Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais, e aí, às vezes, a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa de oxigênio. Então, vamos tentar economizar. Vamos fazer uma grande campanha junto aos profissionais de saúde para o uso racional do oxigênio.”

A declaração ocorreu em audiência no Senado, a primeira no Congresso desde que ele assumiu o cargo, em cerimônia fechada e fora da agenda.

Segundo Queiroga, a pasta também está trazendo 13 caminhões-tanque do Canadá -de ao menos 50 que seriam necessários- para ajudar no transporte de oxigênio entre estados. Também negocia com a indústria um aumento na fabricação de cilindros.

“O principal problema é levar o oxigênio até o destino. Esse oxigênio geralmente é levado em caminhões, caminhões-tanques. A capacidade do Brasil de caminhões não é elevada, é a capacidade que existe para suprir o mercado brasileiro em condições normais, não é a capacidade para suprir o Brasil numa condição pandêmica”, disse.

O ministro também voltou a frisar a meta de vacinar 1 milhão de pessoas ainda no início de abril contra a Covid. Segundo ele, a previsão já está “prestes a ser atingida”.

Ele admite, no entanto, que a pasta ainda terá dificuldades na distribuição das doses necessárias caso queira acelerar de fato a vacinação contra a Covid.

“O Brasil já providenciou 535 milhões de doses de vacinas. Os maiores fornecedores são Butantan e Fiocruz, e além deles temos outras indústrias que já contratamos. Só que essas vacinas estão postas mais para o final do ano. Qual o nosso problema? Vacina para os três meses que se seguem para conseguirmos atingir a meta de vacinação “, disse, sem detalhar o cronograma.

O ministro disse ainda ter conversado com o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, para verificar a possibilidade de fazer uma “permuta” de doses com o país. Ele não deu detalhes da iniciativa.

“Falei com o embaixador e há possibilidade de fazermos permuta para termos antecipação de doses seja do Covax facility ou outras formas de vacinação”, disse.

Ao comentar propostas de empresários para obter vacinas, Queiroga disse que a pasta “não vai colocar qualquer tipo de óbice para ampliar a vacinação”.

O ministro afirmou que tem se encontrado com representantes da iniciativa privada para conversar sobre o assunto. O tema, no entanto, é alvo de polêmica entre especialistas, que temem que a medida dê privilégio a alguns setores.

“A iniciativa privada tem se apresentado, alguns querem doar tudo o que conseguir, alguns querem doar metade, e o restante vacinar seus trabalhadores. São posições legítimas, embora algumas precisam de ajustes regulatórios… O Ministério da Saúde não vai colocar qualquer tipo de óbice para ampliar a vacinação”, disse.

Queiroga também voltou a fazer um apelo para que a população use máscaras e afirmou que impôs que todos os servidores da pasta usassem a proteção.

“Nós estamos como estamos porque as medidas que deveriam ser colocadas em prática foram colocadas parcialmente. A gente não valoriza o uso de máscara, mas o uso de máscara tem quase que o efeito de vacinar a população brasileira.”

Além disso, o ministro disse que outras medidas devem ser tomadas, como o distanciamento entre as pessoas. Ele defendeu ainda a necessidade de ter uma política em relação ao distanciamento no transporte público e aumento na testagem da população.

As informações são da FolhaPress

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