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Brasil amplia uso de energias eólica e solar

Como resultado, as emissões de CO2 do setor caíram 29% no mesmo período, apesar do aumento na geração de energia elétrica

Redação Jornal de Brasília

18/05/2023 7h17

Foto: AFP

A crescente produção de energias eólica e solar no Brasil permitiu ao país reduzir em fevereiro o uso de combustíveis fósseis para gerar eletricidade ao menor nível em uma década, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira.

A vasta rede de energia elétrica no Brasil utilizou 4,9% de combustíveis fósseis em fevereiro deste ano, resultado que ficou abaixo de 5% pela primeira vez em um mês desde julho de 2012, afirma em sua análise o centro de estudos Ember, que promove o uso de energia limpa.

No primeiro trimestre do ano, as fontes poluentes geraram 5,4% da energia elétrica, contra 10% no mesmo período de 2022.

Como resultado, as emissões de CO2 do setor caíram 29% no mesmo período, apesar do aumento na geração de energia elétrica.

Os parques eólicos e solares, que representam apenas 12% e 3%, respectivamente, da matriz energética do Brasil, tornaram possível a redução das fontes poluentes.

O país tem uma enorme rede hidrelétrica. E as boas condições dos reservatórios, graças às fortes chuvas, ajudam a manter as fontes fósseis sob controle.

Com 63% da matriz energética, a rede hidrelétrica “continua sendo a espinha dorsal do sistema”, declarou à AFP o autor do estudo, Matt Ewen.

Na última década, no entanto, as hidrelétricas perderam desempenho, caindo de 59% em 2011 para 38% em 2021, e não aumentaram a geração de energia elétrica, enquanto a demanda continuou crescendo.

Do outro lado, a geração de energia por turbinas eólicas aumentou 36% desde 2011 e a solar 26%. Combinadas, as duas foram responsáveis por 73% do crescimento da demanda desde então.

O desenvolvimento das energias eólica e solar “será crucial se o Brasil deseja tomar distância dos combustíveis fósseis no futuro”, disse Ewen.

As fontes renováveis “terão um papel importante no futuro mix de geração de energia, em conjunto com a hidrelétrica. Mas terão que crescer muito para atender às futuras demandas futuras do país”, acrescentou.

O Brasil, que assumirá a presidência do G20 em 2024, tem o maior percentual de energia elétrica limpa do grupo, de acordo com outra análise do centro de estudos Ember, que tem sede no Reino Unido.

Em 2022, o país gerou 89% de sua energia elétrica de fontes limpas. A participação dos combustíveis fósseis atingiu 11%, principalmente gás.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o governo em janeiro, prometeu aumentar o percentual de energia limpa e retomar a liderança do país na questão climática, após quatro anos de negacionismo científico durante o governo de Jair Bolsonaro.

© Agence France-Presse

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