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Brasil

Bebê yanomami com quadro de desnutrição morre em RR, diz líder indígena

Afetados pela presença do garimpo ilegal, o grupo yanomami tem sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia

Redação Jornal de Brasília

05/02/2023 20h14

Em um hospital na Amazônia brasileira, crianças Yanomami convalescem em redes . Os casos de desnutrição e malária infantil nessa etnia indígena dispararam, levando o governo a declarar emergência de saúde. (Foto de Michael DANTAS/AFP)

Um bebê de 1 ano e 5 meses morreu neste domingo (5) em Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vítima de um quadro grave de desnutrição e desidratação.

A criança precisou ser transferida no sábado para Boa Vista. Entretanto, devido ao mau tempo, a decolagem não foi autorizada.

A informação é de Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo oeste do estado e próxima à fronteira com a Venezuela.
Surucucu é uma região de referência para atendimentos de saúde dos yanomamis. Lá os indígenas recebem auxílio de profissionais na unidade de saúde.

Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras, o grupo yanomami tem sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia.

Nos últimos quatro anos, foram registradas cerca de 570 mortes de crianças no território.

Garimpeiros estão deixando a terra Yanomami após bloqueio aéreo, disse ontem a ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara. O governo federal disse ter informações de inteligência sobre um fluxo relevante de garimpeiros que estão deixando o local.

“Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo.” disse a ministra.

A movimentação ocorre após o presidente Lula ter decretado o bloqueio aéreo da região, inviabilizando a logística do garimpo. Guajajara faz hoje uma nova visita a Roraima para acompanhar a situação dos yanomamis, que vivem uma crise de emergência sanitária.

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