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Brasil

Ataque com 2 mortos em Guarulhos completa uma semana sem presos

A investigação ainda não conseguiu identificar, no entanto, os criminosos que executaram o crime

Redação Jornal de Brasília

15/11/2024 20h35

tiroteio no aeroporto de guarulhos deixa baleados e um morto 944x531

Reprodução

ROGÉRIO PAGNAN E TULIO KRUSE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O ataque a tiros de fuzil que deixou dois mortos na entrada do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, completa nesta sexta-feira (15) uma semana sem nenhum suspeito preso.

Policiais militares e civis foram afastados de suas funções, seja por cometer infração disciplinar ao integrar a escolta particular do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, que era o alvo do ataque, ou por terem sido delatados por ele.

A investigação ainda não conseguiu identificar, no entanto, os criminosos que executaram o crime. Nesta parte do inquérito, por enquanto a polícia já conseguiu encontrar o carro usado pelos assassinos e confirmar que armas apreendidas no veículo são as mesmas atingiram as vítimas. Além de Gritzbach, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também foi atingido e morto.

Nesta sexta, a delegada Ivalda Aleixo, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse que a polícia conseguiu identificar a pessoa que instalou uma sirene e um equipamento luminoso no carro utilizado pelos criminosos.

A partir disso, a polícia espera chegar aos executores do crime, que estavam num Volkswagen Gol preto armados com fuzis, e abandonaram o veículo a cerca de 7 km de distância do local crime.

O assassinato foi cometido por ao menos dois homens que saíram do Gol preto e fuzilaram Gritzbach, que havia acabado de deixar o desembarque do terminal 2. Ivalda disse que nenhum dos ocupantes do carro foi identificado até o momento. Ninguém foi preso.

“Identificamos a pessoa que instalou uma sirene e um highlight [luminoso] no caso”, disse a delegada.

“Esses equipamentos são irregulares.” Ela não deu mais detalhes da investigação.

Delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) e de policiais, Gritzbach fez denúncias contra policiais civis à Corregedoria do órgão, e foi assassinado ao voltar de uma viagem ao Nordeste. Embora tivesse uma escolta particular formada por quatro policiais militares, apenas dois agentes, que não reagiram, estavam próximos dele no momento.

Em um acordo de delação premiada, ele acusou policiais civis de exigirem R$ 40 milhões em troca do encerramento do inquérito que investigava sua participação na morte de dois integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Gritzbach era o principal suspeito de ser mandante do assassinato de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, em dezembro de 2021 na zona leste de São Paulo.

Como a Folha mostrou, na lista de policiais delatados pelo empresário estão integrantes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e 24º DP (Ponte Rasa), na zona leste. “Cujas condutas apuradas configuram, em tese, os crimes dos artigos 316 do Código Penal (concussão), artigo 317 do Código Penal (corrupção passiva), artigo 288 do Código Penal (associação criminosa), dentre outros”, diz trecho de documento da Promotoria.

Critzbach também acusou policiais de terem roubado relógios e joias durante ação de busca e apreensão em sua casa durante as investigações do duplo homicídio.

Na última quarta-feira (13), a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que todos os policiais civis citados na delação de Gritzbach foram afastados de seus cargos operacionais e encaminhados a funções administrativas.

Antes disso, oito policiais militares também haviam sido afastados -estes integravam a escolta particular de Gritzbach e já eram investigados pela Corregedoria da PM havia um mês, segundo o secretário Guilherme Derrite.

Questionada, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que “testemunhas e partes envolvidas já prestaram depoimento e os policiais militares que faziam a segurança de uma das vítimas foram afastados de suas atividades operacionais até o fim das investigações”.

“Além deles, outros policiais também são alvo de Inquérito Policial Militar, que corre sob segredo de Justiça há cerca de um mês”, afirmou.

A pasta também afirmou que a Polícia Civil, paralelamente, instaurou uma “apuração preliminar para apurar as denúncias contra agentes” e que “as corregedorias das duas instituições acompanham as investigações para que todas as medidas pertinentes sejam adotadas”.

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