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Brasil

Anvisa aprova medicamento contra a covid-19

Medicamento remdesivir se mostrou promissor contra a doença. Agência também aprovou em definitivo a vacina de Oxford

Willian Matos

12/03/2021 10h12

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta sexta-feira (12) a aprovação do medicamento sintético remdesivir contra a covid-19. A agência disse ainda que registrou de maneira definitiva a vacina de Oxford/Astrazeneca, que já vinha sendo disseminada pela Fiocruz e utilizada de maneira emergencial no Brasil.

Quem ficou responsável pelo anúncio nesta sexta (12) foi o gerente-geral de Medicamentos (GGMED/Anvisa), Gustavo Mendes. Ainda não foram repassados detalhes de como o remdesivir será ministrado, mas sabe-se que não haverá venda em farmácias. Ele será indicado para pessoas que precisem de oxigenação, desde que maiores de 12 anos e com 40 quilos ou mais.

O remdesivir foi inicialmente desenvolvido para tratamento do ebola, mas acabou se mostrando promissor contra o novo coronavírus nas primeiras análises in vitro. Estudos mostram uma recuperação rápida de pacientes infectados (cerca de 10 dias após contato com o vírus), embora um deles tenha apresentado efeitos colaterais gastrointestinais. No Brasil, as apurações a respeito começaram em junho de 2020.

Ressalta-se, porém, que, em novembro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nota contraindicando o uso do medicamento devido à falta de resultados robustos em estudos clínicos. “Seu papel na prática clínica permanece incerto”, disse a OMS à época.

Vacinas

Gustavo Mendes deu um panorama da situação de pedidos de aprovação de algumas vacinas no Brasil. O gerente-geral explicou que a vacina da Janssen teve os testes em fase 3 aprovados pela Anvisa, e que agora falta apenas os fabricantes pedirem registro ou uso emergencial no Brasil.

Quanto à vacina da Moderna, o gerente-geral disse que a fabricante não fez nenhum pedido de autorização de importação, uso emergencial ou registro, mas que a Anvisa não fará barreiras para utilizá-la no Brasil, uma vez que agências internacionais já aprovaram o uso em outros países. A situação é a semelhante com a Covaxin.

O gerente-geral também falou da Sputnik V, fabricada pela União Química no Distrito Federal. Mendes relembrou que a Anvisa fez exigências quanto aos estudos realizados e ainda não recebeu resposta. Alegou ainda que é de responsabilidade da União Química repassar informações sobre a segurança da vacina. “O status hoje é: a gente está aberto para discussões com a União Química, a gente compartilhou todos os requisitos necessários, e a expectativa é que os próximos passos sejam tomados pela empresa e pelos russos para que a gente possa seguir com a avaliação e ter certeza de que os dados que compõem as informações de qualidade, segurança e eficácia são passíveis de aprovação.”

Universidades

Mendes comentou sobre contatos que a Anvisa recebeu de outras empresas, mas as tratativas ainda estão travadas por conta das fabricantes. Disse também que duas universidades federais brasileiras, de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ):

“São vacinas que estão nas fases pré-clínicas, ou seja, de desenvolvimento inicial, mas que nós estamos também em discussão com eles, dando todo suporte científico e aconselhamento para que a gente possa avançar com essas vacinas aqui no Brasil”, declarou o gerente-geral. “É por meio desse tipo de estratégia que a gente vai sair desse tipo de situação.”

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