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Brasil

Acesso de jovens negros ao ensino médio tem dez anos de atraso em relação ao de brancos

Apenas 7 em cada 10 adolescentes pretos ou pardos com idade entre 15 e 17 anos frequentam ou já concluíram o ensino médio no país

FolhaPress

01/06/2023 18h47

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo, SP

Apenas 7 em cada 10 adolescentes pretos ou pardos com idade entre 15 e 17 anos frequentam ou já concluíram o ensino médio no país. Os números mostram que, em 2022, o percentual de jovens negros com acesso à educação na idade certa alcançou nível semelhante ao que os alunos brancos possuíam dez anos antes.

É o que aponta um levantamento do Todos Pela Educação feito com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2012 a 2022.

Nesse período, a proporção de brancos com 15 a 17 anos que estavam no ensino médio ou já tinham concluído essa etapa passou de 73% para 82,1%. Entre os jovens pretos, a taxa passou de 52,8% para 72,3%, e, entre os pardos, aumentou de 57,4% para 73,5%.

“Apesar dos avanços, a desigualdade étnico-racial ainda permeia todo o sistema educacional no Brasil. Os números revelam o resultado de um ciclo de exclusão de jovens pretos e pardos que, no contexto educacional, também é determinado por décadas de ausência de políticas voltadas à equidade das relações étnico-raciais”, diz Gabriel Corrêa, diretor de políticas públicas do Todos Pela Educação.

Os dados mostram ainda que 61% dos jovens pretos de 19 anos concluíram o ensino médio em 2022 no país, quase o dobro do registrado há dez anos (32,1%).

Ainda assim, o índice é menor do que o de jovens brancos que haviam concluído o ensino médio em 2012, que era de 62% e passou a 75,3% dez anos depois.

“Ao deixar para trás um enorme contingente de estudantes, as políticas educacionais não atingem sua finalidade de promover educação de qualidade para todos. Os dados demonstram a urgente necessidade de ações voltadas à equidade racial, que somente serão efetivas se houver real comprometimento das lideranças políticas e de gestores públicos”, conclui Corrêa.

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