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Brasil

Primeiro ano da pandemia gerou recorde de fechamento de empresas comerciais, diz IBGE

Em dez anos, o setor automotivo passou de 14,7% para 8,7% de participação na receita operacional líquida

FolhaPress

17/08/2022 15h44

Foto: Anthony Wallace/AFP

Heloísa Mendonça
Belo Horizonte, MG

O primeiro ano da pandemia de Covid-19 provocou um recorde de fechamento de empresas comerciais no Brasil. Entre 2019 e 2020, o país perdeu 106.560 estabelecimentos, uma queda de 7,4%, segundo a Pesquisa Anual de Comércio divulgada nesta quarta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Brasil chegou ao fim do primeiro ano da pandemia com 1,339 milhão de companhias no comércio, ante 1,446 milhão no ano anterior.

As maiores retrações ocorreu no segmento do comércio de veículos, peças e motocicletas (-9,9%) e no varejo (-8,7%). Já no atacado, o ano foi de avanço (1,3%).

“Entre 2019 e 2020, houve uma queda substancial de 106 mil empresas no comércio do país. Para efeitos de comparação, em 2015, ano de recessão econômica, a queda foi de 16 mil empresas. No ano seguinte, ainda no biênio da crise, houve retração de mais 25 mil. O que temos durante o primeiro ano da pandemia é uma queda com efeito quatro vezes maior”, explica gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana, em nota.

Muitas empresas modificaram a forma de entrega, como a retirada por drive thru e o envio em casa.

Segundo o IBGE, entre as empresas em que essa mudança não foi possível, houve uma perda significativa, como no segmento de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, que tem uma experiência de compra que exige mais o toque do produto e a experimentação.

Recorde de demissões A pesquisa revelou ainda que mais de 400 mil empregos foram perdidos no comércio, um recuo de 4% no período. Foi a maior queda na ocupação do comércio, no intervalo de um ano, desde o início da série histórica da pesquisa, em 2007.

Dos 404,1 mil trabalhadores que saíram do setor, 90,4% (ou 365,4 mil deles) estavam empregados no varejo. Nesse segmento, apenas duas atividades, consideradas serviços essenciais durante a crise sanitária, tiveram incremento de pessoal: a de hipermercados e supermercados (1,8 mil pessoas) e a de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (318 pessoas).

Também houve queda recorde do número de trabalhadores em 2 dos 3 grandes segmentos do comércio: – 4,8%, no setor varejista, que emprega 73,7% dos trabalhadores do comércio, e -8,5% no segmento de veículos, peças e motocicletas.

Setor atacadista responde por maior parte da receita Em 2020, o comércio totalizou R$ 4,7 trilhões em receita bruta, dos quais R$ 2,3 trilhões foram gerados no comércio por atacado, R$ 2,1 trilhões no comércio varejista e R$ 394,3 bilhões no comércio de veículos, peças e motocicletas.

Sem as deduções, como impostos e abatimentos, há a receita operacional líquida, que foi de R$ 4,3 trilhões. A maior parte desse valor foi gerada no comércio por atacado (47,4%), seguido pelo comércio varejista (43,9%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (8,7%).

Em dez anos, o setor automotivo passou de 14,7% para 8,7% de participação na receita operacional líquida. De acordo com o IBGE, o declínio da participação do setor de veículos ocorreu principalmente no período de recessão, em 2015 e 2016, e que voltou a cair de forma significativa em 2020.

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