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Vídeo: durante velório de Ágatha, youtuber PM agride manifestante e foge

Após ser abordado pelo rapaz, o policial vai pedindo calma a ele e vai seguindo rumo ao seu carro. Quando chega no veículo, ele dá um soco na vítima e foge

Willian Matos

23/09/2019 9h48

Willian Matos
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O policial militar Gabriel Monteiro, integrante do MBL e assessor de deputado do PSL, deu um soco e derrubou um jovem da Marcha das Favelas que cobrava explicações durante enterro da menina Ágatha Félix, de 8 anos, assassinada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Em filmagem postada pelo próprio policial, ele é abordado pelo manifestante, que o cobra e o critica com avidez. Gabriel, então, pede calma, mas vai andando devagar em direção ao seu carro. Quando chega no veículo, ele dá um soco na vítima, que fica caída no chão. O militar foge sem prestar socorro. Veja abaixo:

https://twitter.com/GMonteiroRJ/status/1175873566253965318

No carro em que Gabriel entrou, havia um homem filmando tudo. Ele usava um boné em homenagem ao presidente Donald Trump.

O jovem agredido se manifestou sobre o caso. Afirmou que Gabriel é um youtuber que gosta de “criar intriga” em momentos como o enterro de Agatha.

“Ele me agrediu e nem foi sujeito homem para sustentar a agressão que ele fez, ele simplesmente agrediu e saiu correndo. Se o Gabriel Monteiro estiver vendo, manda ele continuar vindo atrás de mim para a gente resolver.”

O jovem, que não teve o nome divulgado, afirma que o policial não tem noção do que é viver em uma favela, e que ele se aproveita de tragédias para “ganhar seguidores”.

Enterro de Ágatha

Aos gritos de “Justiça” e protestos contra o governador Wilson Witzel, a menina Ágatha Félix, 8, foi enterrada neste domingo (22). Ela foi baleada na sexta (20), no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, quando voltava para casa com a mãe.

Em clima de revolta e grande comoção, o enterro foi acompanhado por familiares e moradores do complexo. “Vamos ver até quando esse governo vai acabar com as famílias, vai acabar com o futuro promissor das nossas crianças”, disse o avô de Ágatha, Ailton Félix.

Antes do velório, moradores do Complexo do Alemão realizaram uma manifestação, caminhando até o bairro de Inhaúma, onde Ágatha foi enterrada, acompanhados por um cortejo de mototaxistas da comunidade.

Quando o corpo deixou a capela do velório, os presentes gritavam “Justiça” e “Witzel é assassino”. Os mototaxistas fizeram um buzinações. Precedido por faixas contra a violência  –”parem de nos matar”, dizia uma delas, o cortejo andou por 500 metros até o cemitério de Inhaúma.

“Ela está agora no céu, que é o lugar que ela merece”, dizia o avô, que seguiu o carro funerário abraçado a parentes e amigos. “O mundo está vendo o que aconteceu com a minha neta”, protestou.

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