Nesta terça-feira (7) o motorista de transporte por aplicativo que foi apontado como responsável por crime de homofobia contra passageiros disse que vai processar secretário parlamentar Eliseu Neto e o namorado dele, Hygor Higino, por calúnia e difamação.
Ele prestou depoimento à Polícia Civil e disse que não foi preconceituoso com os clientes.
Eliseu disse ter sido expulso de um veículo ligado à empresa de transporte por aplicativos 99 e empurrado por um policial militar após beijar o namorado dele, Hygor Higino. O fato aconteceu no sábado (4), no Centro do Recife.
O motorista Paulo Augusto Rodrigues, por sua vez, disse que o casal estava sendo agressivo e que, por causa disso, acionou os policiais. “Não houve beijos, não houve carícias, só tapa”, disse.
Diante do depoimento do motorista do veículo ligado à empresa 99, o secretário parlamentar Eliseu de Oliveira Neto afirmou que esperava a “tentativa de inversão dos fatos”.“É uma conduta típica de um agressor, de uma pessoa violenta”, disse.
Segundo ele, não houve nenhuma violência praticada entre ele e o namorado. “Se tivesse ocorrido isso, o PM não deveria me bater e sim me prender”, declarou.
Também foi à delegacia, nesta terça-feira, outro motorista de transporte por aplicativo, que não quis ser identificado. Ele disse que conduziu o casal, dias antes, e teria presenciado atos de agressão entre os dois.
Nesta quarta, a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) e a Polícia Militar informaram que as denúncias de homofobia e agressão serão investigadas.
O caso denunciado por ele foi registrado como homofobia, que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), é crime considerado análogo ao racismo, junto com a transfobia, que é o preconceito praticado contra pessoas transsexuais.