Menu
Na Hora H!

Homem linchado após matar avó da ex-companheira

O delegado Arthur César informou que vai começar a ouvir testemunhas nesta terça (31)

Redação Jornal de Brasília

31/01/2023 10h02

Foto: Arquivo pessoal

O homem que matou a avó da ex-mulher no fim de semana e depois foi morto por espancamento no Jacintinho, Maceió, era agressivo e ameaçava os familiares da ex-companheira, segundo informou nessa segunda-feira (30) uma neta de Elza Lucas da Silva, assassinada aos 65 anos.

“Ele era agressivo. Batia muito na minha irmã. Ameaçava. Como nós da família éramos muito protetoras, sempre passávamos na frente. Ele ligava, mandava áudios ameaçando todas nós. Sempre drogado. Era um mostro, nunca olhava nos olhos da gente”, contou.

O delegado Arthur César informou que vai começar a ouvir testemunhas nesta terça (31) e vai verificar se câmeras de segurança flagraram o linchamento de Adriano Sobral para identificar as pessoas que provocaram a sua morte depois que ele assassinou a idosa.

A neta da idosa assassinada que falou à reportagem pediu para não ser identificada, com medo de represálias. Ela contou que a avó catava latinhas para dar leite às crianças, que vivam na casa dela após a separação dos pais.

Conhecida como “Dona Elza”, a idosa tinha duas netas e cinco bisnetos. Três dos bisnetos eram filhos de Adriano.

“Quando minha irmã finalmente conseguiu se livrar dele, se separar, ela buscou a casa da minha vó. Ela e os três filhos. Ele ficava se chegando. A história dele eram os filhos, mas não dava assistência de nada. Chegou um dia que sumiu com duas crianças para fazer medo a gente e depois voltou como se nada tivesse acontecido”, relatou.

A neta contou que avó não negava comida a Adriano, mas não aceitava que ele dormisse na casa dela, por medo de algo mais grave pudesse acontecer. “Só vivia com o portão fechado. Sempre falava ‘feche o portão que o louco está por aí'”.

Mesmo com medo, a idosa não deixava de ajudar Adriano como podia. “Dava até prato de comida, que ele pedia. Chegou um dia que ele pediu uma dormida, mas minha vó falou que não queria. Disse ‘o prato de comida eu dou, mas você dormir aqui, não’. Ele sempre chamando a atenção. Tudo para ele era motivo de ameaça”.

Disse ainda que o ex-cunhado acreditava que a família de Elza atrapalhava o relacionamento e costumava aparecer com a desculpa de ver os filhos. Ele sempre aparecia e minha avó falava “eu vou fazer o quê? É o pai das crianças”.

“Não tinha precisão de ele ter feito isso, não. Minha vó nunca brigou com ele. Ela era realista. Sempre falava na cara. Ninguém da família queria ele lá, porque ele sempre arrumava motivo de bater nas pessoas”, contou a neta da vítima.

Além de ser amada e queria pela família, Elza era respeitada pela família do candomblé, religião de matriz africana. “Era mãe ekedi. Muito querida e respeitada. Todos estão em choque. Ela ajudava a todos que precisavam”, afirmou.

Para a neta, o assassinato da avó que a criou é um pesadelo. “Parece que não acaba. Em meses, perdermos meu irmão, meu avô e agora minha avó”, disse.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado