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Política & Poder

Não há hipótese de novos ataques, diz interventor sobre eleição do Congresso

Cappelli destacou que conclusões importantes sobre ataques golpistas foram apresentadas no relatório divulgado na semana passada

FolhaPress

31/01/2023 9h36

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF

O interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, disse que não há chance de novos ataques golpistas durante a volta dos trabalhos no Congresso e a eleição para a presidência da Câmara e do Senado, na quarta-feira (1º).

“Nós preparamos um plano de segurança reforçado com todo cuidado. Não há até o momento informações indicando distúrbios ou tentativas [de novos ataques golpistas], mas, por precaução, nós vamos manter um plano”, disse o interventor em entrevista ao podcast Café da Manhã, da Folha de S.Paulo.

Cappelli destacou que conclusões importantes sobre ataques golpistas foram apresentadas no relatório divulgado na semana passada. Para ele, o acampamento no quartel-general do Exército é uma peça central para a compreensão dos fatos.

“[O quartel] é uma peça central para compreender aquela tentativa de bomba no caminhão de gasolina perto do aeroporto. Ele é peça central para compreender os distúrbios que aconteceram no dia 12 de dezembro na diplomação do presidente Lula, é peça central para compreender a tentativa de invasão do aeroporto.”

“Então tudo passou pelo acampamento, o acampamento se transformou em uma incubadora de planos golpistas, de planos contra a democracia brasileira”, disse.

O interventor afirmou em relatório sobre os atos de 8 de janeiro que a Polícia Militar do DF não elaborou um plano operacional para conter os golpistas que atacaram as sedes dos três Poderes. O responsável por fazer o planejamento, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe do Departamento Operacional da PMDF, estava de férias.

“Não houve a elaboração prévia de Planejamento Operacional nem Ordem de Serviço emitido pelo Departamento Operacional da PM-DF em relação aos fatos do dia 08/01/2023”, diz o relatório.

Cappelli voltou a dizer durante a entrevista que houve problemas de comando e falhas operacionais que resultaram na depredação do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal).

A intervenção federal no Distrito Federal termina nesta terça-feira (31). Com isso, Cappelli volta para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

“Foi uma experiência muito rica [de interventor], vai me ajudar muito, sem sombra de dúvida, a auxiliar o ministro Flávio Dino a conduzir a política de Segurança Pública no país”, afirmou.

Com o fim da intervenção federal, o delegado da Polícia Federal Sandro Avelar será o novo secretário da Segurança Pública do Distrito Federal.

Avelar já ocupou o cargo durante o governo de Agnelo Queiroz (PT), entre 2011 e 2014. Ele deixou o posto no fim da gestão petista no DF para concorrer a deputado federal pelo MDB, mas não se elegeu.

Em 2021, Avelar foi nomeado diretor-executivo da Polícia Federal, o segundo cargo na hierarquia da corporação.

Avelar assume o posto deixado por Anderson Torres, e xonerado por Ibaneis Rocha (MDB) ainda no dia 8, quando ocorreram os ataques golpistas e horas antes de o emedebista ser afastado do governo do Distrito Federal por ordem do STF.

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