Da redação
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A Prefeitura de São Paulo tombou edifícios e estruturas remanescentes do Complexo Penitenciário do Carandiru, Na Zona Norte de São Paulo. O processo de tombamento começou em março de 2018. A resolução foi publicada no Diário Oficial no último dia 1º.
Entre os bens tombados estão os pavilhões remanescentes do Complexo Penitenciário do Carandiru, o portal da Penitenciária, as estruturas remanescentes das muralhas do presídio e o edifício da prisão albergue.
A justificativa para o tombamento é a de que a preservação do complexo é fundamental para a história prisional do Brasil. Com as estruturas preservadas, qualquer alteração ou reforma precisa passar por autorização prévia do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).
O tombamento não interfere no uso diário dos bens desde que não existam intervenções físicas nesses locais.
História
A Casa de Detenção de São Paulo, nome oficial do Carandiru, começou a ser construída no ano de 1911. Sua construção durou 9 anos e contou com o trabalho de Samuel das Neves e Ramos de Azevedo, dois dos mais famosos arquitetos da época.
Segundo documentos da época, a construção do Carandiru custou 7.000 contos de réis aos cofres públicos, valores considerados altos para os padrões daquele período. O custo total da obra acabou sendo de 14.000 contos, o dobro do proposto.
Após sua inauguração, em 20 de abril de 1920, o Carandiru foi considerado um presídio modelo em todo o mundo. A eficiência da penitenciária atraiu olhares de intelectuais, como Claude Lévi-Strauss e Stefan Zweig, que chegou a dizer que “a higiene e a limpeza do presídio eram impecáveis”. A capacidade inicial do presídio era de 2.200 detentos.
Na década de 40, entretanto, o Carandiru começou a exceder sua capacidade. Em 1956, o local ganhou novos pavilhões e a Casa de Detenção. O complexo chegou a ser considerado um dos mais seguros do mundo com capacidade para 3.300 presos. Em 1973 foi inaugurada a Penitenciária Feminina de São Paulo e, em 1983, o Centro de Observação Criminológica.
Cinco anos depois, em 1978, a capacidade do presídio foi novamente aumentada para 5.346 presos. Com a superlotação do presídio, diversas rebeliões aconteceram até que, em 2 de outubro de 1992, aconteceu o episódio que ficou conhecido como “Massacre do Carandiru”.
Com informações do portal G1.