Nesta segunda-feira, um escândalo de doping, desta vez envolvendo o ciclismo, foi esclarecido. Em 1999, Marco Pantani, um dos maiores atletas de estrada, foi testado positivamente após um exame de sangue durante o Giro da Itália, uma das quatro principais provas do circuito. Após 17 anos de investigações, foi comprovado que um membro da Camorra, máfia italiana, foi o responsável pela alteração no exame.
Em 1998, Pantani venceu o Giro da Itália e a Volta na França e, na penúltima etapa da prova italiana no ano seguinte, usava a camisa rosa, ou seja, era o líder. Segundo as informações da polícia de Forli, e com a publicação do jornal Gazzetta dello Sport, a história teve a verdadeira face explicada.
Um membro da Camorra ameaçou o médico responsável pelo teste sanguíneo do Pirata (apelido de Marco). Como Pantani era o grande favorito, os integrantes da organização apostaram em seus rivais, se beneficiando do resultado.
O chefe da investigação que desmascarou o caso, Sergio Sottani, confirmou o desfecho. “Um membro do clã Camorra ameaçou o médico e o forçou a alterar os testes, fato que colocou Pantani acima do nível permitido”, afirmou.
O hematócrito do atleta demonstrou 51,9% glóbulos vermelhos, enquanto o máximo permitido pela Federação Mundial de Ciclismo (UCI) é de 50%. Marco foi eliminado da competição e, a partir de então, viu sua carreira declinar, vindo a falecer em fevereiro de 2004.