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João Derly se sagra bicampeão mundial de Judô na categoria leve

Arquivo Geral

16/09/2007 0h00

Com um koka no golden score, o meio-leve João Derly conquistou o bicampeonato Mundial, no Rio de Janeiro. Neste sábado, ele enfrentou o cubano Yordani Arencibia na decisão para obter o feito inédito. Em 2005, ele já havia se tornado o primeiro campeão mundial brasileiro, vencendo no Cairo. No fim do combate, o gaúcho, que tem vaga garantida nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, ajoelhou para agradecer a conquista a Deus. “Este é o momento que a gente tem para refletir, a gente treina tanto para isso. É o momento de agradecer a Deus por nos dar este privilégio”, disse emocionado.


 


Lembrando os problemas enfrentados depois do ouro no Egito, o meio-leve foi às lágrimas na hora das declarações. “No ano passado fiz uma cirurgia e fiquei me perguntando, será que vou voltar a ser o mesmo? Mas consegui lutar bem na Europa, teve o Pan e agora o bicampeonato mundial. Não estou nem conseguindo falar”, confessou. Na arquibancada, o também campeão Tiago Camilo e o técnico da dupla Kiko vibravam com o resultado, fazendo sinal de dois com as mãos.


 


Só a presença de Derly na final deste sábado já tinha assegurado ao meio-leve a vaga de titular na equipe brasileira para as Olimpíadas. A vaga conquistada no Mundial é para o país, mas pelos critérios estabelecidos pela comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô, o atleta campeão nos Jogos Pan-americanos do Rio que chegasse à final do Mundial assume a condição de titular.


 


Esta foi a quarta vez que os dois judocas se enfrentaram no circuito internacional. Este ano, eles já haviam lutado nos Jogos Pan-americanos do Rio com vitória do brasileiro. Antes disso, eles lutaram em 2005 e 2006. A primeira vez foi justamente no Mundial do Cairo com vitória de Derly. No ano seguinte, o cubano conseguiu ir à forra na etapa de Viena da Copa do Mundo.


 


Todo o conhecimento prévio entre os oponentes fez com que ambos entrassem cautelosos no dojo. O brasileiro buscava mais a pegada, enquanto Arencibia preferia aguardar as oportunidades. A dupla acabou sendo punida por falta de combatividade, rendendo um koka para cada.


 


O cubano tentou uma entrada e Derly ficou próximo do contragolpe, mas com a defesa de Arencibia, os dois levaram uma nova punição, progredindo a pontuação para um yuko. Com 1min04, o brasileiro conseguiu levantar o adversário, mas não teve sorte em concluir o golpe.


 


Sem que ninguém pontuasse, a luta foi para o golden score, etapa na qual vence quem obtiver o primeiro ponto, independente do valor. Novamente, uma punição para a dupla deixou o combate empatado em um koka. Cansado, Arencibia arranjou forças para a entrada em 3min36, mas Derly defendeu bem. E em uma movimentação rápida, o brasileiro conseguiu derrubar o cubano para fechar o combate com um koka.


 


Dono de três medalhas de bronze em Mundiais (Birmingham-99, Munique-2001 e Osaka-2003) e uma em Olimpíadas (Atenas-2004), Arencibia é judoca respeitado no cenário internacional.


 


O judoca gaúcho abriu a defesa de seu título folgando na primeira rodada e batendo o chinês Ritubilige Wu no golden score na fase seguinte. Depois, foi a vez de Sanjaasur Myaragchaa e do português naturalizado australiano Ivo dos Santos nas oitavas.


 


Na etapa seguinte, o brasileiro teve trabalho, mas bateu o italiano Giovani Casali com um ippon a 46 segundos do fim. Na semifinal, Derly teve ainda mais trabalho. O meio-leve precisou ir ao golden score, seu segundo nesta campanha, para bater Ahmed Nazaryan, da Argélia.


 


Assim como Tiago na véspera, Derly também lembrou do povo brasileiro na hora da comemoração. “Nosso país tem tanta dificuldade e posso dar algo assim, alegrando nosso povo, fico muito contente”, afirmou com a voz embargada de emoção.


 


Outros resultados – No meio-leve feminino, a brasileira Érika Miranda assegurou a vaga olímpica com a quinta colocação no Mundial. Vice-campeã pan-americana, ela foi superada na semifinal pela portuguesa Telma Monteiro, que terminou com a prata. O título ficou com a chinesa Junjie Shi. As medalhas de bronze foram para a norte-coreana Kum Ae An e a japonesa Yuka Nishida, responsável pela derrota de Érika na disputa pela medalha.


 


Na categoria de Derly, prata para o iraniano Arash Miresmaeili e para Armen Nazaryan, da Armênia. Na categoria leve masculina, o sul-coreano Ki-Chun Wang foi o campeão com Elnur Mammadli, do Azerbaijão, como vice. Bronze para o japonês Yusuke Kanamaru e para Rasul Bokiev. O brasileiro Leandro Guilheiro parou na repescagem.


 


Na versão feminina da categoria, Daniele Zangrando não chegou nem à repescagem. O título foi para a norte-coreana Sun Hui Kye, que bateu a espanhola Isabel Fernández na final. A japonesa Aiko Sato e a húngara Bernadet Baczkó foram bronze.

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