Na segunda partida do Grupo E disputada nesta segunda-feira, a Itália, uma das favoritas à conquista da Copa, começou sua caminhada diante da estreante seleção de Gana, que se auto-intitula o "Brasil Africano", em referência ao jeito "moleque" de jogar futebol. Toda a molecagem africana, no entanto, não foi suficiente para segurar os tricampeões mundiais, que somaram seus primeiros três pontos na competição: 2 x 0, gols de Pirlo e Iaquinta.
A vitória italiana poderia ter ido pelos ares se Carlos Eugênio Simon, árbitro brasileiro que também apitou seu primeiro jogo na Copa, tivesse apontado dois pênaltis de De Rossi em cima de Asamoah, um aos 27 e outro aos 33 minutos da etapa final, quando o placar ainda marcava 1 x 0. Mesmo bem colocado nos dois lances, o gaúcho optou por fazer vistas grossas, para revolta dos africanos.
O primeiro tempo da partida foi extremamente equilibrado, especialmente no tempo de posse de bola de cada seleção (50% para cada uma). Comandada pelo excelente Andrea Pirlo, a Itália começou melhor o jogo e teve boas oportunidades para abrir o placar, especialmente com o atacante Luca Toni, o mais perigoso da equipe, que chegou a balançar o travessão de Kingston aos 26 minutos, depois de bater toda a zaga de Gana na corrida.
Coube ao nome do jogo, no entanto, a honra de tirar o primeiro zero do placar. Aproveitando um rebote da defesa ganense, o volante Pirlo dominou, ajeitou e mandou um balaço, de fora da área. A bola fez uma curva e entrou no canto esquerdo baixo de Kingston, sem chances de defesa. Golaço e vantagem dos tricampeões para festa da grande torcida presente em Hannover.
O time africano teve seus momentos de lucidez, explorando a fragilidade do setor esquerdo defensivo da equipe italiana. Quase sempre às costas de Grosso, Pantsil e Asamoah levantaram o público presente ao Niedersachsen Stadion e também mostraram qualidade, mas pecaram na pontaria e desceram para os vestiários com a derrota parcial.
Na segunda etapa, o panorama do jogo seguiu caracterizado pelo equilíbrio. Alternando-se no ataque, italianos e ganenses davam trabalho aos goleiros Buffon e Kingston, que passaram a aparecer com mais constância na partida. O camisa 22 africano, inclusive, fez belíssima defesa em chute forte de Luca Toni, que perdeu a melhor chance italiana para ampliar o marcador.
A grande oportunidade do time africano poderia ter surgido aos 27 minutos, depois que De Rossi empurrou Asamoah dentro da área e o árbitro brasileiro, Carlos Eugênio Simon, apesar de bem colocado, optou por ignorar a penalidade máxima e mandar o jogo seguir. Seis minutos mais tarde, novamente em um lance entre De Rossi e Asamoah, Simon voltou a fazer vistas grossas e não marcou um pênalti ainda mais claro a favor da seleção de Gana.
Os dois erros do árbitro brasileiro acabaram com a disposição dos africanos em buscar o empate. O castigo maior veio a sete minutos do fim. Depois de belo lançamento, Iaquinta avançou na velocidade, tirou o goleiro da jogada e tocou para o gol vazio, definindo a primeira vitória da Azurra no Mundial.
FICHA TÉCNICA
ITÁLIA 2 X 0 GANA
Local: Niedersachsen Stadion, em Hannover (Alemanha)
Data: 12 de junho de 2006 (Segunda-feira)
Horário: 16 horas(de Brasília)
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Brasil)
Assistentes: Aristeu Tavares Leonardo (Brasil) e Ednilson Corona (Brasil)
Cartões amarelos: De Rossi, Camoranese, Iaquinta (Itália), Muntari, Asamoah (Gana)
GOLS:
ITÁLIA: Pirlo, aos 40 minutos do primeiro tempo; Iaquinta, aos 37 minutos do segundo tempo
ITÁLIA: Buffon; Zaccardo, Cannavaro, Nesta e Grosso; Perrota, Pirlo, De Rossi e Totti (Camoranesi); Luca Toni e Gilardino (Iaquinta).
Técnico: Marcello Lippi
GANA: Kingston, Pantsil, Mensah, Kuffour e Pappoe (Shilla); Muntari, Otto Addo, Essien e Appiah; Amoah (Pimpong) e Asamoah.
Técnico: Ratomir Dujkovic