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Música

Banda E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante lança primeiro EP em cinco anos

Depois de cinco anos sem gravar, o quarteto paulistano E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante retorna com “Linguagem”, um EP de quatro músicas em que a banda expande seu já rico universo sonoro.

Redação Jornal de Brasília

11/12/2023 10h30

Foto: Caê Oliveira/Divulgação

ANDRÉ BARCINSKI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Depois de cinco anos sem gravar, o quarteto paulistano E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante retorna com “Linguagem”, um EP de quatro músicas em que a banda expande seu já rico universo sonoro.

Formado em 2013, o grupo tem hoje Lucas Theodoro na guitarra, sintetizadores e programações, Luccas Villela no baixo e na guitarra, Luden Viana na guitarra e no sintetizador e Rafael Jonke na bateria.

O som instrumental da banda é associado por muitos ao chamado post rock, termo cunhado pelo crítico musical britânico Simon Reynolds na primeira metade da década de 1990 para definir o tipo de som feito por artistas como Bark Psychosis e Robert Hampson, este também guitarrista da banda Loop.]

A sonoridade do post rock se caracteriza por músicas atmosféricas, que privilegiam timbres e texturas no lugar de simples riffs de guitarra. Alguns dos artistas associados ao estilo incluem Tortoise, Mogwai, Explosions in the Sky e Sigur Rós, e até mesmo o Radiohead tem várias canções que flertam com o estilo.

“No início, nós ouvíamos muito essas bandas, como Godspeed You! Black Emperor e Mogwai”, diz Luden Viana.

“Mas ouvíamos também bandas brasileiras como Macaco Bong e Hurtmold, que nos influenciaram muito.”
O baixista Luccas Vilella, que atualmente mora na Alemanha, destaca um show feito conjuntamente com o Hurtmold como um momento marcante da carreira da banda. “Fizemos um show no SESC em que nós tocamos uma música do Hurtmold e eles tocaram uma música nossa, e foi muito emocionante para nós.”

Mas não foi apenas o post rock que fez a cabeça da banda. Viana destaca o rap paulistano também como uma grande influência. “Eu e o Rafa [Rafael Jonke, o baterista] moramos na Brasilândia [Zona Norte de São Paulo], e sempre curtimos rap, faz parte da minha vida.”

Na esteira do lançamento de dois EPs e do primeiro álbum completo da banda, “Fundação”, em 2018, o EATNMPTD conseguiu arregimentar uma pequena, mas fiel base de fãs.

“Nós tocávamos em qualquer lugar que nos chamassem”, diz Vilella. “Chegamos a dormir em chão de obra pra tocar em outra cidade”. O esforço valeu a pena, e a banda fez shows importantes na edição brasileira do festival Lollapalooza de 2019 e em festivais como o Bananada e Coquetel Molotov, em 2017, DoSol, em 2018 e Sonido e LeRock Fest em 2019, este último no Chile, antes de ter a carreira interrompida pela pandemia.

Os dois anos parados devido à Covid-19 prejudicaram a ascensão comercial da banda, mas pelo menos serviram para dar tempo aos integrantes de trabalhar nas quatro faixas de “Linguagem”. E tempo é um elemento crucial no modus operandi do grupo, que pode passar meses burilando uma canção.

“Nosso processo envolve tocar muito junto”, diz Viana. “Às vezes, alguém chega com uma ideia, e começamos a trabalhar em cima daquilo, e a coisa vai tomando forma. Temos muito essa coisa de ficar tocando até algo ?clicar?, a gente se entende muito bem assim.”

Por fazer um som instrumental denso e sem grande apelo comercial, os integrantes do EATNMPTD não têm ilusão quanto à possibilidade de viver da banda. Todos têm empregos que os sustentam, alguns trabalhando com produção audiovisual e outros como “roadies” ?técnico responsável por lidar com a produção de shows? de grupos mais conhecidos.

São poucas as bandas que saíram da cena do rock underground de São Paulo e conseguiram se firmar comercialmente. Uma exceção foi o Terno Rei, que chegou a dividir palcos com o EATNMPTD.

“É muito doido o que aconteceu com eles”, diz Luden, “eram do tamanho da gente, chegaram a abrir shows nossos, mas lançaram a faixa ?Solidão de Volta? e estouraram. Eles merecem, escrevem super bem.”

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