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Música

Banda brasileira quer ser reconhecida por mais antiga do mundo

De acordo com o líder da nova formação, Cid Chaves, o fato de o principal astro da banda, Renato Barros, não estar mais vivo – desde 28 de julho de 2020 – não atrapalhou o projeto de retomada das atividades

Gustavo Mariani

01/01/2024 11h40

Atualizada 03/01/2024 10h30

Todas as bandas que pegaram estrada pela metade da década-1950, na onda do rock´n´roll, um dia pararam. Menos a brasileira Renato e Seus Blue Caps que, neste 2024, chega a 65 virada ininterruptas de calendário. Houve um “stopzinho” entre 2020/2021, por conta da pandemia do Coronavírus-19 que parou todo o planeta, mas o grupo já retomou caminho e começa a encher agenda, prevendo média de oito show mensais a partir deste janeiro.

De acordo com o líder da nova formação, Cid Chaves, o fato de o principal astro da banda, Renato Barros, não estar mais vivo – desde 28 de julho de 2020 – não atrapalhou o projeto de retomada das atividades. “Nós fizemos consulta aos fãs e a maioria não queria que parássemos, como foi, também, o desejo das filhas do Renato – Renata e Ericka. Antes, já havíamos visto que outras substituições de peças não prejudicaram a nossa interação com os admiradores.

Por exemplo, já trocamos seis vezes o baixista (Paulo César Barros foi substituído por Pedrinho, que cedeu vaga a Scarambone, que passou o cargo a Cadinho, substituído por Amadeu, que tem agora Bruno em seu lugar). Já estamos, também, no quarto bateristas (Toni, Gelson (pai), Gelsinho (filho) e Mota). A galera absorveu bem as trocas. Então, sentamos, conversamos e ficamos entendidos que manter o sucesso é questão de fazer show que a plateia goste muito”, explicou o Cid.

A nova formação de Renato e Seus Blue Caps tem Bruno Sanson (baixista); Carlos Roberto Rojas Astudillo, o Chileno (guitarristas), Fabiano Mota (baterista); Cid Chaves (vocalista) e Darci Velasco (tecladista). Este último está há mais de duas décadas no grupo; Sanson trabalhava como técnico de som da moçada. Por saber tocar baixo, mudou de função quando os Blue Caps começaram a cumprir contratos não cumpridos por causa da pandemia. O baterista Mota, também,  já era ligado ao grupo, enquanto o chileno chegou a substituir o Renato em alguns shows, quando o então líder estava mal de saúde.

 

Por apresentação, o grupo cobra R$ 25 mil, mais passagens, alimentação e hotel por conta do contratante, e mantém o repertório que o consagrou durante a Jovem Guarda, a onda musical da década-1960, com várias versões dos Beatles e outras tantas composições de Renato Barros. Por sinal, na reunião em que foi decidido a continuação da banda, após a missas de sétimo dia do Renato, a moçada votou por Renata e Ericka serem a parte do pai Renato na divisão das cotas do shows.

 

 

Renato e Seus Blue Caps é uma história iniciada em 1959, quando o grupo nem tinha nome e ficou com este, sugerido pelo apresentador Jair de Taumaturgo, quando os garotos se apresentaram em seu programa na Rádio Mayrinck Veiga, do Rio de Janeiro. Em 1960 gravaram o primeiro disco, em 78 rotações, pelo selo Ciclone, acompanhando o grupo “Os Adolescentes”.

Em 1961, eles gravaram com Tony Billy, pelo mesmo selo. Em 1962, fizeram o primeiro vinil de longa duração, os chamados LP, pela Copacabana, titulado por “Twist”, e, em 1962, o segundo, mas pela Beverly, com o nome do grupo e tendo Erasmo Carlos (foto) por cantor. Em 1964, eles foram para a CBS e por lá ficaram até 1982.

|Um pouco antes daquilo, os Blue Caps viveram a sua história mais interessante. O apresentador Carlos Imperial pediu ao Renato pra fazer uma versão de “I should have known better”, dos Beatles, para abrir o seu programa de TV, no dia seguinte. Renato não sabia quem eram os Beatles e muito menos falava inglês. Chutou uma letra e fez o maior sucesso no programa, valendo pedido de bis.

A música pegou, agradou de montão. Quando foi gravar o seu primeiro LP na CBS, Renato a indicou à casa. Esta não deu a mínima, mas aceitou colocá-la como faixa 2 do lado A, o que significava não ser “música de trabalho”, a que a gravadora encheria o saco de rádio e TV para ser muito executada.

Resultado: “Menina Linda” pegou, dominou o mercado até de São Paulo, o de referência no Brasil, e chegou ao primeiro lugar das paradas de sucesso de todo o país, empurrando Roberto Carlos para o segundo lugar. Vendeu mais do que a original, dos Beatles.

Agora, nesta sua nova caminhada musical, o grupo Renato e Seus Blue Caps tem um outro projeto: conseguir junto ao Guinness Book (o livro dos recordes), a sua inscrição como a banda vocal/instrumental mais antiga do planeta, de forma ininterrupta.

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