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Motim: feira colaborativa ganha espaço no CCBB

Fundada em 2014 com o objetivo de estimular a cultura local e nacional, a Motim busca promover a interação e a troca entre artistas e o público

Redação Jornal de Brasília

13/11/2024 19h09

feira colaborativa

Foto por: Bernardo Caporalli

Por Bernardo Caporalli
Agência de Notícias Ceub

A Motim é a maior feira colaborativa de arte impressa do Brasil. No último sábado(2/11) e domingo (3/11), a 13° edição da feira foi realizada no Centro Cultural Banco do Brasil(CCBB), com entrada gratuita, das 10h às 20h. A Motim celebra a criatividade e a produção independente, reunindo música e arte impressa. 

Fundada em 2014 com o objetivo de estimular a cultura local e nacional, a Motim busca promover a interação e a troca entre artistas e o público. A penúltima edição, que foi realizada na Galeria dos Estados, contou com mais de 300 expositores. Já nesta, apenas 30 tiraram seu final de semana para expor e comercializar suas artes no CCBB.

Alan Felipe, Marcelo Maróstica, Cecília Barbosa e Matheus Ataídes foram alguns dos artistas do evento que conversaram com a Agência de notícias Ceub e mostraram as suas técnicas e obras.

Alan Felipe(@ilustrapretos)

Alan Felipe tem 33 anos e ilustra figuras pretas, ligadas à religiões de Matriz Africana, que tiveram suas passagens pela terra, carregando importantes mensagens. É o exemplo da história de Chico Rei, um de seus quadros de mais sucesso

Chico Rei era um monarca do Reino do Congo e chamava-se originalmente Galanga. Segundo a história contada, colonizadores invadiram seu reino, escravizando seu povo e sua família. Após ser um dos únicos sobreviventes de um navio negreiro ao lado de seu filho, chegou ao Brasil em 1740 e recebeu o nome de Francisco. Em um certo dia na mina, Chico teve uma visão em que a Orixá Oyá conta a ele que o ouro é a chave de sua liberdade. Ele então começou a esconder pepitas de ouro em seu cabelo, até conseguir comprar sua alforria e de seus compatriotas. 

A história de Chico Rei serviu de exemplo para muitos escravos lutarem pela liberdade.

Quadra Chico Rei, de Alan Felipe. Foto por: Reprodução/ Instagram @ilustrapretos

Marcelo Maróstica (@mmarostica_)

Marcelo Maróstica tem 34 anos e também usa a serigrafia em suas artes. O que chamou mais a atenção em sua estande é a gravura de Leide das Neves, a menina que é símbolo do maior acidente radiológico do mundo, o Césio 137, que infectou cerca de 249 pessoas. Marcelo distribui gratuitamente sua arte homenageando Leide das Neves para que todos conheçam a história.

Leide das neves, retratada na foto abaixo, era moradora de Goiânia-GO e tinha 6 anos quando foi a primeira pessoa a morrer pela contaminação do césio 137, no acidente que ocorreu na cidade goiana em 1987 e deixou quatro vítimas fatais. A menina sonhava em ser modelo e estava sempre com um sorriso no rosto.

Leide das Neves, de Marcelo Maróstica. Foto por: Bernardo Caporalli

Cecilia Barbosa(@_print.power_)

Cecilia Barbosa tem 44 anos e usa a linogravura e a serigrafia em suas artes. Na linogravura, o desenho é gravado em uma placa que lembra uma borracha, utilizando uma goiva como ferramenta.  As fotos na parede são de Chico Science, cantor e compositor, ela é uma grande fã dele e dos ritmos pernambucanos.

Produzir linogravuras é uma grande satisfação pessoal para Cecília :“Eu me considero caloura nas artes pois eu comecei a fazer linóleogravuras em 2020, durante a pandemia. Esculpia no linóleo tudo o que eu iria admirar quando fosse imprimir a matriz que esculpi, a intenção era me satisfazer”. 

“Minhas maiores inspirações para fazer arte são puramente tudo o que eu gosto e aprecio: mandalas, gueixas, dragão, temática old school, penas de pavão etc. Em geral, temas da natureza, flora principalmente”, completou Cecília.

Matheus Ataides(@mausverso)

Matheus Ataides tem 24 anos e põe em mostra suas serigrafias, focadas em homenagear diversos artistas da música, como MF Doom, Lauryn Hill, Bob Marley, Tyler the Creator, Jorge Ben Jor, Cartola, Kendrick Lamar e Beyoncé. Matheus desenha em seus quadros, adesivos e camisetas. Além disso, ele também retrata outros temas além da música, como a religião, que é o caso da arte em que ele retrata Exú, um Orixá.

A técnica que Matheus usa em sua arte é serigrafia ou impressão em tela. É um processo de impressão à base de estêncil na qual a tinta é forçada através de um crivo fino para o substrato abaixo dela.

Foto por: Bernardo Caporalli

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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