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Morre aos 94 anos Sidney Poitier, primeiro astro negro de Hollywood

Sidney Poitier, o primeiro grande astro negro de Hollywood, morreu aos 94 anos, informou o vice-primeiro-ministro das Bahamas nesta sexta-feira (7).

Redação Jornal de Brasília

07/01/2022 19h58

Foto|Reprodução

Poitier era “um ícone, um herói, um mentor, um lutador, um tesouro nacional”, escreveu Chester Cooper em sua página oficial no Facebook.

Nascido prematuramente em Miami, Flórida, em 20 de fevereiro de 1927, quando seus pais se mudaram das Bahamas, Sidney Poitier obteve a dupla nacionalidade americana e bahamense.

Em 1964, ele foi o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar de melhor ator por “Uma Voz na Sombras”.

“A viagem foi longa para chegar aqui”, disse emocionado ao receber a estatueta de ouro. 

Graças aos seus papéis, o público pôde conceber que negros podiam ser médicos (“O Ódio É Cego” – 1950), engenheiros,  professores (“Ao Mestre com Carinho” – 1967), ou mesmo policiais (“No calor da noite” – 1967).

Mas aos 37 anos, quando o ator recebeu seu Oscar, era o único astro negro de Hollywood.

“A indústria cinematográfica ainda não estava pronta para elevar mais de uma personalidade das minorias à categoria de estrela”, decifrou em sua autobiografia “This Life”.

“Na época, (…) eu encarnava as esperanças de todo um povo. Não tinha controle sobre o conteúdo dos filmes (…) mas podia recusar um papel, o que fiz muitas vezes”.

Em “Adivinhe Quem Vem Para Jantar” em 1967, ele interpreta o noivo de uma jovem burguesa branca que o apresenta a seus pais, um casal de intelectuais que se acreditam ter a mente aberta.

O encontro é um choque, e o resultado é um grande filme sobre o racismo da época.

Ativistas da causa negra, no entanto, criticaram duramente Sidney Poitier por ter aceitado esse papel de médico de renome internacional, em desacordo com a discriminação sofrida por seus pares. 

Suas qualidades irreais como genro ideal mascaram sua negritude e problemas racistas, dizem eles.

Em 2002, Sidney Poitier recebeu um Oscar honorário por “suas atuações extraordinárias, sua dignidade, seu estilo e sua inteligência”.

Agence France-Presse

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