A 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro encerrou-se com brilho na noite deste sábado (7), reunindo artistas, cineastas e entusiastas no emblemático Cine Brasília. O longa “Salomé”, dirigido por André Antônio, foi consagrado como o grande vencedor, levando para casa o troféu Candango de melhor longa-metragem pelo Júri Oficial da Mostra Competitiva Nacional.
A produção pernambucana conquistou o público e a crítica ao narrar a história de Cecília, uma modelo de sucesso que retorna a Recife, sua terra natal, para passar o Natal com a mãe. O que parecia ser uma pausa em sua rotina agitada se transforma em uma aventura envolvente quando Cecília conhece seu misterioso vizinho. A paixão floresce, mas ela logo descobre que ele está ligado a uma seita intrigante que cultua Salomé, a enigmática e sanguinária princesa bíblica.
“Estou muito feliz e grato. Fazer um longa-metragem é um processo longo, cheio de desafios, desde o desenvolvimento do roteiro até a distribuição. Esse reconhecimento aqui no Festival de Brasília é um incentivo enorme e só foi possível graças à minha equipe, que tornou tudo isso realidade. Apesar de acreditar muito no filme, não criei expectativas por ser uma competição de altíssimo nível, então vencer foi uma surpresa incrível e gratificante”, disse André Antônio ao Jornal de Brasília
Além do prêmio principal, o filme acumulou outras seis conquistas: melhor trilha sonora (Mateus Alves e Piero Bianchi), melhor atriz coadjuvante (Renata Carvalho), melhor roteiro (André Antônio), melhor longa-metragem pelo Júri Popular, Prêmio da crítica Abraccine e o Prêmio Like, que oferece R$ 50 mil em mídia para a divulgação do filme no Canal Like.
Destaques da noite
Embora “Salomé” tenha roubado a cena, outras produções também brilharam. “Suçuarana” foi amplamente reconhecido, recebendo cinco prêmios individuais: melhor montagem (Luiz Pretti), melhor edição de som (Pablo Lamar), melhor fotografia (Ivo Lopes Araújo), melhor ator coadjuvante (Carlos Francisco) e melhor atriz (Sinara Teles).
Já “Mar de Dentro” foi duplamente premiado na Mostra Competitiva Nacional, levando os troféus de melhor filme pelo Júri Oficial e melhor direção. Além disso, recebeu o prêmio Zózimo Bulbul, que celebra narrativas que abordam a temática negra com força e representatividade.
No segmento de curtas, o destaque foi “Kabuki”, de Tiago Minamisawa, que garantiu o Prêmio Canal Brasil, com direito a R$ 15 mil e exibição no canal, além do Prêmio da crítica Abraccine e o reconhecimento de melhor trilha sonora na Mostra Competitiva Nacional.
Confira os vencedores da 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro:
Melhor Longa-metragem pelo Júri Oficial
Salomé (PE), de André Antônio
Melhor Longa-metragem pelo Júri Popular
Salomé (PE), de André Antônio
Melhor Direção
Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna por Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (MG)
Melhor Ator
Wellington Abreu por Pacto da Viola (DF)
Melhor Atriz
Sinara Teles por Suçuarana (MG)
Melhor Ator Coadjuvante
Carlos Francisco por Suçuarana (MG)
Melhor Atriz Coadjuvante
Renata Carvalho por Salomé (PE)
Melhor Roteiro
André Antônio por Salomé (PE)
Melhor Fotografia
Ivo Lopes Araújo por Suçuarana (MG)
Melhor Direção de Arte
Maíra Mesquita por Salomé (PE)
Melhor Trilha Sonora
Mateus Alves e Piero Bianchi por Salomé (PE)
Melhor Edição de Som
Pablo Lamar por Suçuarana (MG)
Melhor Montagem
Luiz Pretti por Suçuarana (MG)
Prêmio Especial do Júri
Ao cineasta Ruy Guerra, diretor de A Fúria (RJ)
Prêmios da Mostra Competitiva Nacional – Curtas-metragens
Melhor Curta-metragem pelo Júri Oficial
Mar de Dentro (PE), de Lia Letícia
Melhor Curta-metragem pelo Júri Popular
Javyju – Bom Dia (SP), de Kunha Rete e Carlos Eduardo Magalhães
Melhor Direção
Lia Letícia por Mar de Dentro (PE)
Melhor Ator
João Pedro Oliveira por E Seu Corpo é Belo (RJ)
Melhor Atriz
Carlandréia Ribeiro por Mãe do Ouro (MG)
Melhor Roteiro
Nicolau por Descamar (DF)
Melhor Fotografia
Fernanda de Sena por Mãe do Ouro (MG)
Melhor Direção de Arte
Caroline Meirelles por E Seu Corpo é Belo (RJ)
Melhor Montagem
Cristina Amaral por Confluências (DF)
Melhor Trilha Sonora
Ruben Feffer e Gustavo Kurlat por Kabuki (SC)
Melhor Edição de Som
Kiko Ferraz e Ricardo Costa por E Seu Corpo é Belo (RJ)
Menção Honrosa do Júri
Ao filme Dois Nilos (RJ), de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
Prêmios da Mostra Brasília – 26º Troféu Câmara Legislativa
Melhor Longa-metragem pelo Júri Oficial
Tesouro Natterer, de Renato Barbieri
Melhor Longa-metragem pelo Júri Popular
A Câmara, de Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão
Melhor Curta-metragem pelo Júri Oficial
Via Sacra, de João Campos
Melhor Curta-metragem pelo Júri Popular
Manequim, de Danilo Borges e Diego Borges
Melhor Direção
Adriano Guimarães pelo filme Nada
Melhor Ator
Eduardo Gabriel Ydiriuá pelo filme Manual do Heroi
Melhor Atriz
Gleide Firmino pelo filme Via Sacra
Melhor Roteiro
Andrea Fenzl, Victor Leonardi, Renato Barbieri, Neto Borges e Rodrigo Borges pelo filme Tesouro Natterer
Melhor Fotografia
Emília Silberstein pelo filme Xarpi
Melhor Montagem
Silvino Mendonça pelo filme A Sua Imagem na minha Caixa de Correio
Melhor Direção de Arte
Maíra Carvalho, Marcus Takatsuka e Nadine Diel pelo filme Nada
Melhor Edição de Som
Guile Martins e Olívia Hernández pelo filme Nada
Melhor Trilha Sonora
Márcio Vermelho e Pedro Zopelar pelo filme Tesouro Natterer
Menção Honrosa do Júri
À Juliana Drummond pela excepcional performance nas apresentações da Mostra Brasília – Troféu Câmara Legislativa da 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Prêmios da Mostra Caleidoscópio
Melhor Filme
Filhas da Noite (PE), de Henrique Arruda e Sylara Silvério
Prêmio Especial do Júri
Topo (SP), de Eugenio Puppo
Prêmio de Melhor Filme de Temática Afirmativa
Candango concedido pelo Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial – Codipir ao filme exibido pelo festival que melhor evidencia temáticas afirmativas.
Confluências (DF), de Dácia Ibiapina
Prêmio Zózimo Bulbul
Prêmio concedido por júri indicado pelo Centro Afrocarioca de Cinema e a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN). Excepcionalmente em 2024, o júri decidiu premiar dois curtas ao invés de um curta e um longa-metragem. São eles:
Melhor Curta-metragem
Mar de Dentro (PE), de Lia Letícia
Prêmio Especial do júri
Dois Nilos (RJ), de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
Prêmio Marco Antônio Guimarães
Prêmio concedido ao filme exibido que melhor trabalha memória e arquivo do audiovisual brasileiro, com júri indicado pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro – CPCB.
Barreto, Fotógrafo das Lentes Nuas (RJ), de Miguel Freire
Prêmio Abraccine
Prêmio concedido por júri indicado pela Associação Brasileira dos Críticos de Cinema.
Melhor Longa-metragem
Salomé (PE), de André Antônio
Melhor Curta-metragem
Kabuki (SC), de Tiago Minamisawa
Prêmio Canal Brasil de Curtas
Prêmio no valor de R$ 15 mil concedido pelo Canal Brasil ao Melhor Curta-metragem segundo júri montado pelo próprio canal.
Kabuki (SC), de Tiago Minamisawa
Troféu Saruê (Correio Braziliense)
Troféu concedido pelo jornal Correio Braziliense ao melhor “momento” do Festival de Brasília.
A Fúria (RJ), de Ruy Guerra e Luciana Mazzotti