Menu
Cinema

No mês da mulher, artistas brasilienses gravam filme sobre a história de mulher transexual

Filmado inteiramente em Brasília, o curta-metragem ‘Ainda é Cedo’ retrata a realidade de uma mulher trans de maneira subjetiva e poética

Redação Jornal de Brasília

24/03/2022 12h43

Filmado inteiramente em Brasília, o curta-metragem 'Ainda é Cedo' retrata a realidade de uma mulher trans de maneira subjetiva e poética

Foto/Reprodução

Um drama ficcional familiar narra a história de uma mulher transexual de volta à sua cidade natal quando descobre que sua mãe está à beira da morte. Tendo partido para o exterior em busca da realização dos seus sonhos, esta mulher volta para Brasília e para o seu próprio passado.

Desde 2017, os diretores, arte-educadores e atores Beta Rangel e Tiago Venusto começaram a trabalhar com uma trama sensível que pudesse promover o diálogo com o público LGBTQIAP+. Após 5 anos de pesquisa, diálogo e construção, o resultado foi o filme Ainda é Cedo, realizado com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF).

A filmagem da obra também criou oportunidade de trabalho para os artistas que encontram desafios para trabalhar em momento de pandemia.

A obra, que pretende estrear em Festivais locais, nacionais e Internacionais, está sendo rodada no mês em que se é celebrado o Dia Internacional das Mulheres (8). O filme conta com uma equipe de 25 pessoas composta por artistas mulheres e profissionais LGBTQIAP+.

Foto/Divulgação

Na pele da protagonista, a atriz Kika Sena vive Duda, mulher transexual com vida estabelecida na Holanda, que após 12 anos em Amsterdam retorna para Brasília e se vê novamente tendo que lidar com antigas feridas como brigas familiares, paixões, sentimentos passados ainda mal resolvidos.

“O projeto original se chama Deixe-me Cair. Foi ele que deu origem ao filme Ainda é Cedo. É um projeto que nasceu de uma visão com a proposta central de promover a construção de uma sociedade empática, justa, livre. O objetivo é retratar as diversas camadas envolvendo a identidade de gênero e transexualidade, além de expor prioritariamente ao telespectador questões próprias de quem vive essa realidade”, destaca o diretor Venusto.

Devido à complexidade da temática na sociedade contemporânea, Venusto e Beta Rangel amadureceram ao longo de cinco anos a ideia. Para isso, eles contaram com pesquisas e entrevistas com diversos perfis do mundo LGBTQIAP+ e, principalmente, com a atriz protagonista Kika Sena.

“Tivemos, desde sempre, uma dinâmica cuidadosa de troca entre quem vive a realidade e quem busca as melhores soluções técnicas e artísticas para dar à obra a forma e conteúdo que possam engajar seu público e provocar reflexão no processo de construção social de empatia e respeito. E a Kika (Sena) foi instrumental no processo colaborativo de construção do projeto ao dar a textura e concretude adequadas para a realidade retratada”, coloca Beta Rangel, que também interpreta na produção a personagem Tati, essencial para a trama.

Segundo a atriz protagonista: “O que me deixou mais feliz foi que o lugar de fala, seja de uma mulher trans ou de uma travesti, foi tratado dentro da subjetividade. É um olhar sensível para o sujeito e não para o objeto. Isso me deixou grata pois focamos neste lugar como um lugar possível de vida e fora de estereótipos”, pontua Kika Sena.

Foto/Divulgação

O filme conta ainda com a performance de Alana Ferrigno, Ana Luíza Bellacosta, Clara Camarano, Maria Maia, Paula Benett, Maria Paula Andrade e Victor Hugo Leite (vhfro). E a estreia dos artistas mirins Dandara Luana da Silva e Gabriel Marinho.

Feminino em foco

E aproveitando o embalo e mês das Mulheres, Venusto e Beta Rangel vão estar neste domingo, 27 de março, com o filme Quando as Janelas Não São Uma Opção na 1a Mostra Cine Chanchada. O evento contará com exposição, comidas, bebidas e música brasileira. A partir das 16h no Espaço Multicultural Casa dos Quatro (708 Norte). Ingressos no sympla:  Link da bio do Instagram: @apt7filmes.Valor:  R$20,00 (inteira). 1 kg de alimento dará direito a meia-entrada. Livre para todos os públicos. Informações: 3263-2167.

Foto/Divulgação: Quando as Janelas Não São uma opção

Realizado com baixo orçamento, o curta-metragem Quando as Janelas Não São Uma Opção conta a histórias de duas pessoas que acordam sem saber quem são, aonde estão. Daí em diante, a dupla começa uma caminhada sem rumo em busca de suas identidades.

“Eles experimentam os passos de um relacionamento. Os dois sem memórias, mas curiosos para experimentar, mesmo estando em um beco sem saída, sem janela ou portas que não levam a lugar algum. E é um filme focado no ponto de vista da protagonista”, conta o diretor Venusto.

Antes de desembarcar no Brasil, ‘Quando as janelas não são uma opção’ passou por sete festivais internacionais em seis países diferentes. No Brasil, o filme rodou no Ceará, Campinas, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O curta-metragem recebeu cinco premiações. Realização: Apt7filmes.

Serviço

Data: 27 de março, domingo

Horário: A partir das 16h

Ingressos: R$ 10 (meia-entrada). 1 Kg de alimento dá direito a meia

Vendas pelo Sympla: Link da bio do Instagram: @apt7filmes

Livre para todos os públicos

Informações: 3263-2167

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado