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Cinema

Fronteira Festival divulga filmes premiados

Festival ainda oferece a “Mostra Soltar Rio Dentro de Nós”, uma mostra on-line que terá nove filmes dos 40 que estiveram presentes na Mostra Cineastas na Fronteira

Redação Jornal de Brasília

04/09/2023 15h44

Foto: Divulgação

A quinta edição do Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental chegou ao fim neste domingo (3/9) com o anúncio dos filmes que receberam destaque do júri. A mostra Cineastas na Fronteira exibiu 47 filmes de 21 países desde quarta-feira (30/8) no Cine Brasília. Ao todo, quatro foram premiados. “Escuridão Flamejante”, de Galle Rouard (França) recebeu o prêmio “Tábua de Esmeralda”. O prêmio “Sagrada Fruta” foi para “O tempo que nos separa”, de Parastoo Anoushahopour (Jordânia, Palestina, Canadá). O brasileiro “Aqui onde tudo acaba”, de Cláudia Cárdenas e Juce Filho, levou o prêmio “Intensa Botânica”. Rosa Dias, força motriz do filme “A longa viagem do ônibus amarelo”, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, recebeu o prêmio “Divina Presença”.

O juri foi composto pela cineasta Denise Vieira, sócia da produtora audiovisual Corriola e integrante do Coletivo de Cinema em Ceilândia (Ceicine); por Len Costa, cofundador do Coletivo Maleta, produtora artística que atua com acessibilidade linguística em Libras e por Lila Foster, curadora, pesquisadora e preservacionista audiovisual.

A quinta edição do Fronteira foi realizada na última semana no Cine Brasília e reuniu cerca de mil pessoas. Esta foi a primeira edição realizada no Distrito Federal, depois de ter sido realizado por quatro vezes em Goiás. De acordo com Marcela Borela, diretora do evento, os resultados são excelentes para a chegada do festival no DF: “deu pra sentir o engajamento do público e uma recepção curiosa aos cinemas experimentais e documentários, uma adesão mesmo à experiência nas fronteiras da linguagem, o Fronteira veio pra ficar”.

A partir do dia 15 de setembro, o Fronteira ainda oferece a “Mostra Soltar Rio Dentro de Nós”, uma mostra on-line que terá nove filmes dos 40 que estiveram presentes na Mostra Cineastas na Fronteira, entre eles, os filmes premiados. Eles estarão disponíveis no site do festival e contarão com ferramentas de acessibilidade como Closed Caption e Audiodescrição.

Sobre os filmes premiados

Em ”Escuridão Flamejante” Gaelle Rouard retoma a ideia do nigredo, o preto mais preto da alquimia, que de tão preto, reluz com uma luminescência escura, que brilha como nenhuma outra cor. “O trabalho de Gaelle poderia ser confundido com uma espécie de bruxaria, uma magia que faz emergir uma luz fabulosa, que contorna o mundo, lhe dá cores que jamais ousamos imaginar. Mas é alquimia. Uma alquimia que materializa um novo mundo, numa aventura mito-alquimica-poética que nos recobra algo que desde muito tempo nos foi amputado: a possibilidade de imaginar”, Rafael Parrode, curador. Gaelle Rouard (1971, França) é uma cineasta e artista de filmes feitos à mão. Desde 1992, ela dirige filmes, especializando-se em processamento químico de filmes e, nesse meio tempo, dedicou-se a brincar com todas as possibilidades de jogos de multiprojeção ao vivo com várias pessoas e solo.

“The Time That Separates Us” circula a história da esposa de Ló e seus lugares mitológicos, antigas formações de rocha salina encontradas duplicadas em uma fronteira disputada. Nesse processo, o “Pilar do Sal” torna-se um portal por meio do qual é possível encarar o Vale do Rio Jordão contemporâneo, sua fronteira altamente militarizada e as complexas infraestruturas de turismo, além dos domínios estigmatizados do desejo, da sexualidade e do gênero codificados nesse cenário político altamente mediado. A realizadora do filme é Parastoo Anoushahpour (Irã/Canadá), artista originária do Teerã, atualmente radicada em Toronto, que trabalha predominantemente com filme, vídeo e instalação.

“Aqui onde tudo acaba” é um curta-metragem experimental que transita entre o documentário e a ficção. A partir de uma partilha de saberes realizada na Aldeia Bugio, em todos os estágios de filmagens em 16mm, revelação botânica e captação sonora de modo coletivo, busca reativar a memória das origens do povo Laklãnõ/Xokleng. Dirigido por Cláudia Cárdenas, artista audiovisual catarinense, e Juce Filho, indígena Xokleng e estudante do último ano de Jornalismo.

No filme “A longa viagem do ônibus amarelo”, Júlio Bressane volta-se ao passado a partir de imagens produzidas por ele durante seis décadas em um longo fluxo de consciência. Nesse filme, ele destaca suas questões e obsessões, que revelam-se como elementos de sua teoria particular do cinema e da vida. Embora Bressane afirme que trata-se de um filme onde não há personagem, há uma presença onipresente, e é uma mulher. Ela, musa absoluta de um dos cineastas mais inventivos que se conhece, chama-se Rosa Dias. Mas quem é ela? Filósofa brasileira especialista no pensamento de Friedrich Nietzsche, a companheira de Bressane desde os anos 1970. É também diretora, roteirista, produtora, atriz, figurinista e diretora de fotografias de diversos filmes, com Bressane. Além disso, o cineasta fez ao menos três filmes sobre o filósofo Friedrich Nietzsche (“Dias de Nietzsche em Turim” (2001), “Nietzsche em Nice (2004”) e “Nietzsche Sils Maria Rochedo de Surlej” (2019)), que são integralmente atravessados pela abordagem de livros e artigos publicados por Rosa Dias.

Serviço: V Fronteira Festival divulga filmes premiados

Prêmio Tábua de Esmeralda: “Escuridão Flamejante”, de Galle Rouard (França)

Premio Sagrada Fruta: “O tempo que nos separa”, de Parastoo Anoushahopour (Jordânia, Palestina, Canadá).

Prêmio Intensa Botânica: “Aqui onde tudo acaba”, de Cláudia Cárdenas e Juce Filho (Brasil)

Prêmio Divina Presença: Rosa Dias, do filme “A longa viagem do ônibus amarelo”, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

Site www.fronteirafestival.com

Instagram: instagram.com/fronteirafestival

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