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Brasília

Zoológico de Brasília aposta em preservar espécies

Arquivo Geral

07/12/2017 7h00

Foto: John Stangherlin

Raphaella Sconetto
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Antes mesmo de Brasília ter sido inaugurada, a Fundação Zoológico de Brasília abria as portas em 6 de dezembro de 1957 e se tornava espaço de diversão e lazer para os candangos que começavam a habitar a capital. Só que, durante esses 60 anos, o entretenimento deu lugar à conscientização e à preservação dos animais. Uma programação exclusiva foi montada para receber mais visitantes nesta semana de comemorações.

O primeiro animal a chegar ao zoológico foi a elefante Nely. “Foi um presente que o presidente Juscelino Kubitschek recebeu do embaixador da Índia. Vieram depois onça pintada, macaco prego, araras canindé e araras vermelhas”, conta o assessor de conservação e pesquisa, Igor Morais. “Dessa pequena população, hoje temos 811 animais. São 203 espécies de vertebrados e 18 invertebrados, com 16 espécies de borboletas. A maior quantidade são as aves”, diz.

Na época de Nely era comum que os animais fossem usados para diversão. Por isso, o primeiro espaço comum do Zoo foi o Teatro de Arena, onde os bichos faziam apresentações circenses. “Em todo mundo os zoológicos abriram com o intuito de lazer. Depois, veio uma fase com o objetivo científico, para estudar, por exemplo, a anatomia. Era algo para suprir a curiosidade humana. Só depois veio a conscientização de que os zoológicos poderiam colaborar para a preservação”, explica Morais.

Mudanças

No Brasil, isso começou apenas na década de 70. “Não era só manter os animais num espaço. Tinha que manter a população saudável do ponto de vista genético, fisiológico e comportamental. A arquitetura muda também: não é mais como uma vitrine, mas passando a sensação de que é o homem que está chegando ao espaço deles”.

Desde então, o lazer deu espaço à educação ambiental. “Se não for pensado para e pelos animais, não há razão de existir. Por isso, é importante fortalecer projetos de conservação das espécies. Há uma destruição dos habitats, exploração, caça, poluição e outros fatores que afetam a fauna”, critica.

Há 21 projetos de conservação das espécies, sendo dez voltados ao Cerrado. O assessor de preservação garante que a fundação não retira nenhum animal do seu habitat para levar ao zoológico. “Em sua maioria são bichos que vieram de apreensões, queimadas, atropelamentos, ou que se reproduziram aqui ou em outros zoos”, diz.

Programação extensa

Jogos de tabuleiro, pinturas, teatro, contação de histórias, exposição de fotos e da alimentação dos animais. Uma programação para todas as idades marca o 60º aniversário da Fundação Zoológico de Brasília. Embora a data tenha sido ontem, a comemoração segue até domingo com atividades diversificadas, das 9h às 17h.

A chuva não impediu as pessoas de saírem de casa para visitar o Zoológico. A estimativa é de que 40 mil pessoas passem por ali durante o mês. O casal Jaine de Souza e Lester Machado, de 18 e 46 anos, respectivamente, veio de Coromandel (MG) para um evento na capital. Na folga, foram visitar os animais. “É a minha primeira vez que venho. É bom para conhecer animais que nunca vi”, conta Jaine. O aposentado afirma que já viu algumas espécies silvestres em Minas Gerais, mas reconhece a importância do zoológico: “É bom para poder ver de perto, ter um contato maior”.

A família da fiscal de caixa Cleidiane da Silva Crispim, 24 anos, também foi passar a tarde no espaço. A curiosidade foi o que os motivaram. “A gente não conhece, então tem que vir para matar a curiosidade”, afirma. “Mas para melhorar acredito que poderia ter mais bichos e mais explicações sobre as espécies, porque tem animal que não tem identificação. Então ficamos sem saber o que é”, pondera.

As crianças Antônio e Gabrielle aproveitaram o dia para acompanhar a avó, Margareth Villalba, 71, na primeira visita ao Zoológico. “Moro em Brasília há muito tempo e nunca vim. Os meninos já vieram com a escola, então é o momento em que eles me ensinam”, comemora. Eles não conseguiram ver todos os bichos, mas Margareth pretende voltar com toda a família.

Serviço

  • O Zoo funciona das 8h30 às 17h e os ingressos custam R$ 10 a inteira. Crianças de 6 a 12 anos, estudantes, idosos (acima de 60 anos), professores e beneficiários de programas sociais do governo pagam R$ 5. Menores de 5 anos e pessoas com deficiência têm direito à gratuidade.
  • A partir deste mês, os visitantes ganharam uma linha de ônibus especial que integra o trajeto Terminal da Asa Sul e Zoológico. A parceria com a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) e com o Metrô de Brasília permitiu o uso do bilhete único. Os passageiros pagarão o valor de R$ 5 e poderão utilizar o metrô e o ônibus. Quem optar em usar apenas a linha especial pagará R$ 2,50 por viagem.
  • A outra novidade é que os visitantes que forem nesse ônibus terão direito à meia entrada (R$ 5), além das gratuidades previstas por lei.

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