Menu
Brasília

Vinícius Neres, assassino da estudante Louise Ribeiro, é condenado a 23 anos de prisão

Colaborador JBr

03/04/2017 13h28

Foto: Divulgação/TJDFT

Vinícius Neres Ribeiro, acusado de matar a estudante universitária Louise Maria da Silva Ribeiro em março do ano passado em um dos laboratórios de Biologia da Universidade de Brasília (UnB), foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado por homicídio quadruplamente qualificado e pela destruição parcial de cadáver. O julgamento teve início na manhã desta segunda-feira (3), no Tribunal do Júri de Brasília.

Louise Maria da Silva Ribeiro foi morta em março do ano passado. Foto: Reprodução

Louise Maria da Silva Ribeiro foi morta em março do ano passado. Foto: Reprodução

A sessão começou por volta das 9h50, com o juiz Paulo Rogério Santos Giordano ouvindo testemunhas. Uma professora do réu confesso, Carla Medeiros, relatou que ele havia dito que faria um projeto naquela ocasião e, por isso, precisaria vedar as janelas para que não entrasse luz. Vinicius, segundo ela, chegou a pedir para que avisasse aos colegas para ninguém entrar na sala durante a suposta organização do local.

Depoimento professora

Durante o depoimento, a professora Carla Medeiros contou que Neres era um aluno dedicado e muito estudioso. “O Vinicius sempre foi cordeal comigo. Nunca tive nenhum tipo de trabalho com ele. Jamais imaginei que ele fosse capaz de machucar alguém”.

A professora relata que no dia seguinte, após a morte da estudante não notou nada de estranho no laboratório. “Estava tudo certo. Não tinha nada fora do lugar”, conta.

Após ficar sabendo por uma aluna sobre o sumiço de Louise, a professora pediu para assistir às gravações. “A informação que recebi era de que a Louise tinha marcado um encontro com Vinícius na noite anterior lá no departamento. E, antes, ele havia me dito que estaria incomunicável na sexta pela manhã porque estaria em uma audiência de julgamento”

Porém, para a surpresa da professora, ao ligar para Neres, ele atendeu. “Quando ele chegou na UnB, ele disse que não sabia onde estava a Louise e começou a chorar.”, finaliza.

Confissão

Durante o julgamento, Vinicius Neres revelou como matou Louise. O estudante afirma que deixou a jovem inconsciente com clorofórmio e, logo em seguida, colocou o líquido na boca dela. “Depois que coloquei o liquido, prendi os braços dela na cadeira com um lacre. Também prendi seus pés na cadeira. Depois de presa, pude perceber claramente que ela estava morta”, descreve Neres.

O acusado revela que para ganhar tempo pegou o celular e encaminhou uma mensagem para a mãe de Louise. E em seguida desligou o telefone.

Após mandar a mensagem, Neres afirma que trancou a sala com o corpo da jovem e começou a rodar por Brasília para pensar o que faria com o corpo. Depois de um tempo Vinicius voltou para o laboratório e retirou os lacres. “No momento também tirei a roupa dela. Queria vê-la pela última vez. Cheguei a colocar o preservativo, mas não fiz nada”, relata. “Parei, olhei aquilo tudo. Coloquei a calcinha de volta. E pensei que precisava me livrar daquilo”, finaliza.

Em tom de tranquilidade, Vinícius segue contando que amarrou os pés da vítima com arame e em seguida colocou o corpo em um carrinho. “Estava caminhando pela L4 quando vi um matagal e resolvi jogar o corpo ali. “Fui com o carro da Louise até o local. Tirei o corpo do automóvel e joguei álcool”, relata. O jovem confessa que precisou colocar um saco plástico na cabeça dela. “Como dei uma gravata, alguns vasos se romperam e com isso o nariz começou a sangrar muito”.

Após colocar fogo no corpo da estudante, Neres seguiu no carro de Louise para a unb. Durante o trajeto percebeu que havia alguns pertences da jovem no carro, então ele os jogou no mato.

Ao ser questionado pelo Juiz o que teria motivado o crime, Neres conta que a relação dos dois havia mudado. “Ela mudou a forma de ser e ignorou todo o resto. Foi a única pessoa que me imaginei tendo um futuro e ela passou a me ignorar completamente”.

Depois de todo o crime, Vinícius conta que voltou para a UnB e confessou o crime. “Não confessei nada para as professoras porque queria contar tudo para as autoridades”. O jovem também nega que estava sob efeito de álcool ou drogas no momento do crime. “Eu agi por emoção, por impulso. Pensei que estava tudo acabado”, finaliza.

No intervalo do julgamento, o pai de Louise Ribeiro falou sobre o crime.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado