Jéssica Antunes
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Ibaneis Rocha (MDB) lançou oficialmente o programa SOS Segurança na tarde desta sexta-feira (11), com grande aparato das forças de segurança do Distrito Federal. A previsão é que o trabalho das corporações seja integrado partir de ações bem definidas, com estratégias claras e mais policiamento nas ruas. Além de gratificações para garantir a volta de policiais aposentados ou da reserva, o governador diz que vai nomear todos os servidores aprovados, fazer concurso para diminuir déficits, estudar como fazer a equiparação salarial das corporações, construir delegacias e abrir escolas militares.
Um pacote de projetos de leis foi assinado e será enviado para apreciação da Câmara Legislativa (CLDF). “Será um investimento de quase 300 milhões a mais nas forças de segurança. Assinamos o decreto que aumenta a gratificação dos policiais militares pelo trabalho voluntário de R$ 300 para R$ 400. Com isso, pretendemos e vamos conseguir aumentar o número de policiais nas ruas. Serão 25 mil horas a mais para combater a criminalidade na cidade”, declarou.
Delegacias
Também foi assinado o serviço voluntário da Polícia Civil, que terá a mesma remuneração dos militares. “Pretendemos trazer mais policiais para que possamos abrir todas as delegacias. Assim que aprovado pela CLDF, vamos reabrir todas as delegacias do DF”, disse o governador.
Na segunda-feira (7), duas unidades voltaram a funcionar em regime de plantão, 24 horas, sete dias da semana: a do P Norte (19ª DP), que abrange o Sol Nascente, e a do Núcleo Bandeirante (11ª DP), responsável ainda pela cobertura do Park Way. Ambas funcionavam apenas entre 9h e 19h desde 2016, junto com outras 13, por falta de estrutura para atendimento ao público. De acordo com Robson Cândido, diretor da PCDF, o objetivo é que todas as outras sejam reabertas até o fim do mês. Além disso, três delegacias serão construídas: Ceilândia Centro, Sobradinho II e Setor de Indústria, para atender a Estrutural.
Ainda em relação à PCDF, cem cargos foram reincorporados para que aposentados voltem ao serviço. “Isso vem em conjunto com a nomeação de todos os aprovados em concurso público, incluindo agentes penitenciários, após conclusão do levantamento detalhado da situação financeira do DF”, informou o emedebista.
Equiparação salarial e concurso
Mais uma ordem de serviço assinada diz respeito a criação de uma comissão para estudar como conceder a prometida equiparação da PCDF com a Polícia Federal e da Polícia Militar. O prazo para os estudos é de 15 dias para indicar como os reajustes podem ser concedidos e em que prazos poderão ser pagos. Para resolver o problema de déficit de servidores, o governador prometeu lançar, até o fim de janeiro, edital para concursos públicos.
Colégio militar
Durante a solenidade de lançamento do SOS Segurança, o chefe do Executivo indicou o projeto de escolas militares. “Quero retomar valores cívicos para as crianças. Quatro escolas que funcionarão já neste ano com a PM em união com professores”, declarou. As unidades serão em Ceilândia, Recanto das Emas, Estrutural e Sobradinho. Até o fim do ano, a expectativa é que 40 escolas comecem a funcionar.
“O objetivo é devolver a segurança ao cidadão do Distrito Federal. Não se faz segurança sem as mulheres e os homens das forças de segurança. Vou tratar com muito carinho, determinação, subordinação e hierarquia. As pessoas já não suportam mais viver a insegurança que estamos vivendo”, discursou.
Rafael Parente, secretário de Educação, explica que a ação da Polícia Militar nas escolas funcionará em parceria. “São 25 militares por escolas, mas eles não entram na parte pedagógica, somente na disciplinar, para organizar a escola e acalmar os alunos para que possam fazer um bom trabalho”, explica. O convênio prevê inclusive ações no contraturno, com trabalho de esportes e música.
“Não são policiais que sairão das ruas para ir para as escolas”, garante Parente. O custo, de R$ 800 mil, sairá da pasta da segurança. As escolas com o convênio não foram divulgadas, mas a escolha foi baseada nos índices de desenvolvimento humano e de educação básica. “Precisamos acompanhar o programa, o custo, o impacto na aprendizagem. Dando certo, a intenção é ampliar”, explica.
Segundo a coronel Sheyla, comandante da PMDF, participarão os policiais que têm restrição médica e não fazem o serviço operacional. Além disso, pode acontecer reforço dos militares da reserva acionados com as novas medidas do governo.
Patrulhamento
Apesar de lançado oficialmente agora, as ações de ampliação dos serviços de segurança ocorrem desde a posse do governador. Parte do programa, a Operação Prioridade, da Polícia Militar, começou por Ceilândia e passou por Samambaia e Planaltina com 150 policiais destacados. Desta vez, a intensificação acontecerá no Plano Piloto.
O lançamento do programa contou com a presença do vice-governador Paco Britto (Avante); o coronel Júlio César, da Casa Militar; o secretário de Segurança, Anderson Torres; a comandante-geral da PMDF, coronel Sheyla Sampaio; o comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Carlos Emilson; e o diretor-geral da Polícia Civil, Robson Cândido.
Da Polícia Militar, participaram 373 policiais militares, dois helicópteros, 27 cavalos e 123 viaturas de batalhões como o de Operações Especiais (BOPE) e de Choque (BPChoque). Do Corpo de Bombeiros, 250 militares, seis viaturas e um helicóptero. Da Polícia Civil, 40 homens e 20 viaturas estiveram presentes – durante a operação, 80 policiais serão deslocados. O Departamento de Transito (Detran) mobilizou 40 agentes, 12 viaturas, quatro motos, um guincho e uma aeronave.
Aos servidores da segurança, Torres mandou o recado: “A matéria-prima é o policial, que precisa ser valorizado e confiado. Nós confiamos, apostamos e precisamos dos senhores. Vamos fazer de tudo para trazer condições de trabalho para melhorar a vida, mas peço empenho para que tenhamos uma cidade com mais paz”. O titular da pasta disse que há “muita coisa vinha errada, com problemas e as polícias não têm conseguido desempenhar a função da forma ideal para a sociedade de Brasília”.