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Brasília

Sonho de Natal que se realiza

Maria Júlia, de 11 anos, realiza nesta terça (15) o cateterismo que pediu de presente em carta ao Papai Noel

Redação Jornal de Brasília

15/12/2020 7h38

Mayra Dias
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Em meio a tantas possibilidades de pedidos vindos de uma criança de 11 anos, Maria Júlia Fontenele Neves, moradora da Cidade Ocidental, optou pela vida. Na sua carta ao Papai Noel este ano, a criança pediu um cateterismo. “Quando eu li a carta eu desmontei. Ela disse que o papai Noel era a única esperança dela conseguir tratamento”, conta a mãe Arilene Maria Fontenele, emocionada. Hoje, a partir das 10h, o pedido de Maria Júlia será realizado.

Segundo a mãe, o pedido do procedimento foi realizado durante uma consulta, dia 25
de agosto. Já no dia 1º de setembro, a família viajou para Goiânia e foi encaminhada para o Hospital Materno Infantil (HMI). A estudante, que já passou por oito cirurgias, espera desde então, pelo procedimento na rede pública de saúde. “Eu sempre procurei o SUS. Toda criança tem direito à saúde. Ela seria transferida para o Hugol, em Goiânia. Infelizmente, até hoje eu não consegui nada”, relata Arilene, que, com 6 meses de gestação descobriu que a filha sofria de uma cardiopatia grave, conhecida como síndrome do “meio coração”. Maria Júlia recebeu um encaminhamento para o Hugol e chegou, inclusive, a ser internada para receber os medicamentos necessários. “Mas no dia seguinte fomos informados que o procedimento não seria realizado”, conta Arilene.

Na carta, a jovem escreveu estar com inchaços pelo corpo e que gostaria de ganhar o exame como presente de Natal. “Este ano aconteceu uma coisa que me deixou chateada, eu comecei a inchar em algumas partes do corpo. Contei para minha mãe, ela falou com a médica, que disse que eu precisava fazer um cateterismo (…). Este ano meu presente seria esse”, escreveu Maria Júlia. A mãe conta que, há algum tempo, a menina começou a apresentar o sintoma em diferentes partes do corpo.

Após repercussão em um programa, a carta da menina chegou às mãos dos médicos e diretores do Hospital da Criança, em Goiânia. Arilene conta que horas depois de a matéria ir ao ar na TV Anhanguera, na noite de quinta-feira (10), a equipe do hospital entrou em contato para oferecer, sem custos, o procedimento à estudante. “Quando me falaram que ela ia ganhar de presente esse cateterismo cardíaco eu nem acreditei. Fiquei muito emocionada e muito feliz”, relata. Maria Júlia precisa do exame para identificar o tratamento mais adequado para o seu caso, podendo assim, diminuir os inchaços do corpo e melhorar a sua qualidade de vida.

Todas as semanas, a jovem de 11 anos sai da Cidade Ocidental e viaja até Goiânia em busca de respostas. “Nossa rotina era sair de madrugada de casa a cada 15 dias pra vir pra Goiânia. Moramos numa cidade pequena no Goiás, estava tomando um monte de medicamentos e toda semana esperando o Hospital Hugol chamá-la para fazer o cateterismo”, alega Arilene Maria. Segundo ela, o tratamento na rede particular custa cerca de R$ 150 mil, quantia que a família não tinha planos de conseguir arrecadar.

Véspera do grande dia

Internada desde sábado (12), Maria Júlia vem sendo preparada com os medicamentos necessários antes do procedimento. “Estamos fazendo muitos exames. O hospital está sendo bem atencioso e cuidadoso com ela no pré operatório”, ressalta a mãe da criança, ansiosa pelo resultado do exame. “Minha preocupação é dar qualidade de vida para a minha filha, pois sei que é uma doença que não tem cura. Se eu não conseguir mantê-la bem, a probabilidade de um transplante cardíaco é muito grande”, completou Arilene.

Nota do Hugol

Em nota divulgada na última sexta-feira (11), o Hospital diz não ter recebido encaminhamento oficial da paciente via regulação. “O Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), não recebeu encaminhamento oficial via regulação da Maria Júlia Fontinele Neves, porém está sempre preparado a atender pacientes que necessitam de atendimento médico hospitalar de urgência e emergência de média e alta complexidade cardiológica.”

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