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Brasília

Saúde busca alteração para contagem de óbitos por covid-19 no DF

Conforme noticiado pelo JBr nessa terça (19), a secretaria vem apresentando certo desconforto com a divulgação dos dados da forma como é feita atualmente

Aline Rocha

19/08/2020 18h47

Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (19), afirmou que, apesar do aumento do número de óbitos pelo novo coronavírus, o DF tem uma das menores taxas de letalidade do país. “Nós precisamos levar em consideração que todas as vezes em que esse número [de mortos e óbitos] é divulgado no boletim precisa ser visto o óbito do dia, nas últimas 24 horas. O que é divulgado amplamente é o somatório. O óbito acontece nos cinco dias passados, e só conseguimos computar dias depois”, disse. “Nós vamos fugir dessas metodologia que o país inteiro está usando porque ela não está funcionando.”

O responsável pela pasta explicou que cada estado precisa definir qual a melhor forma para contabilizar esses óbitos. “A gente está realizando uma mudança no boletim diário de divulgação para que seja divulgado os óbitos das últimas 24 horas. […] Nem tudo que o ministério preconiza é seguido. Cada estado precisa rever sua metodologia para que não haja uma intranquilidade na população de uma informação que não é real”, afirmou o secretário.

Conforme noticiado pelo Jornal de Brasília nessa terça-feira (19), a secretaria vem apresentando certo desconforto com a divulgação dos dados da forma como é feita atualmente e, por isso, busca nova maneira de divulgar os dados apenas das últimas 24 horas.

Os óbitos divulgados no dia não aconteceram, necessariamente, na data. A Secretaria divulga as mortes conforme elas são registradas. Por isso, em um dia que registra 15 óbitos, por exemplo, podem haver mortes de até uma semana antes, sendo registradas naquele dia. A informação mais precisa corresponde à data da ocorrência do óbito, que obviamente não é a data em que foi registrado.

“O exemplo mais recente disso pode ser observado nesta segunda-feira (17), quando houve um aumento no registro de óbitos, totalizando 66. Sendo que a maioria deles ocorreu nas semanas anteriores, seja devido ao atraso na notificação ou na confirmação laboratorial, especialmente na rede privada”, explicou o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage.

Outros exemplos ocorreram em 11 e 12 de agosto. O primeiro dia registrou 53 óbitos, enquanto o segundo teve 55. Todavia, os registros desses dias compilaram mortes que ocorreram desde 29 de julho e precisaram de tempo hábil para confirmar se foram causadas pela Covid-19. Naqueles dois dias específicos de agosto, foram contabilizadas 24 e 18 óbitos, respectivamente, longe do pico em julho ou do número dos registros diários.

“A verdade é que a curva de casos e de óbitos está estabilizando. Quando registraram 53 e 55 óbitos nos boletins, eles ocorreram em dias anteriores, sendo confirmados com a Covid-19 posteriormente. Há uma diferença entre o que é registrado e o óbito do dia, e isso precisa ficar claro. Em qualquer epidemia acontece dessa forma”, destacou Eduardo Hage.

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