Tainá Morais
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O psicólogo da Assistência Estudantil da UnB Eduardo Lemgruber, que acompanhava Jiwago Henrique de Jesus Miranda, 33 anos,- encontrado morto no último fim de semana -, conta que o aluno estava em situação de vulnerabilidade e de difícil manejo.
“Nós já tínhamos tentado de tudo para tratar o caso do Jiwago, até mesmo internação para tentar protegê-lo. Mas, infelizmente, não conseguimos e acabou acontecendo essa tragédia”, lamenta.
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Eduardo tinha vínculo diário com o paciente e acredita que o aluno foi morto por intolerância a diferenças.
“Ele era extremamente doce, inteligente. Claro que tinha seus problemas mentais, mas isso não justifica e não dá o direito de uma pessoa tirar a vida de outra. Ele foi assassinado e não morto por overdose. É inadmissível”, protesta.
Jiwago havia sido aprovado no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e estava aguardando ajustes para receber o diploma. “Nós faremos o pedido para Instituto de Filosofia para que entregue o diploma dele no dia da formatura. Pelo menos para a lembrança”, conclui Lemgruber.
Trajetória
Jiwago estava desde 2009 na comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB). Nesse período, segundo a instituição, ele recebeu auxílio socioeconômico e acompanhamento psicossocial. Familiares e parentes contam que o estudante tinha histórico de problemas de saúde mental e teria sido diagnosticado com esquizofrenia há quatro anos.
O corpo do aluno foi encontrado por um segurança da UnB no sábado (23) em uma área não edificada, um corredor ecológico entre a L3 e a L4 Norte. Ele estava com um ferimento do lado direito da cabeça, possivelmente causado por golpe de uma pedra ensanguentada encontrada nas imediações.