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Brasília

Garotas relatam assédio por parte de professores do Projeção

São várias histórias, que envolvem mais de um professor. Instituição alega ter demitido os docentes envolvidos após as denúncias

Willian Matos

27/05/2020 7h12

Nos últimos dias, garotas estudantes do ensino médio do colégio Projeção têm utilizado as redes sociais para expor abuso e assédio cometido por parte de professores da instituição. Em um dos relatos, uma jovem explica como um professor se aproximou dela até cometer um abuso.

O homem dava aula em uma unidade, até que foi transferido para outra, da qual se tornou coordenador. Segundo a jovem, o professor e a mãe dela são conhecidos. Dada a proximidade, o suspeito convenceu a genitora a mudar a garota para a escola na qual ele trabalha.

“Como eu ficava muito cabisbaixa lá, ele passou a me chamar pra sala dele, mesmo em horário de aula”, conta a jovem. O professor dava aula em um curso, no qual conseguiu uma vaga para a garota. “Sempre que podia, almoçava comigo, pagava sorvete… se aproximou mais, os abraços eram mais demorados…”, relata a vítima.

Até que, um dia, o homem chamou a jovem à sua sala. “Tinha um sofá na sala dele, ele me convidou para deitar lá. Eu não quis. Daí, ele soltou: ‘eu deixaria minha esposa por uma novinha'”.

“Na mesma semana, eu fui me despedir no cursinho, ele me pegou pela cintura e roubou um ‘selinho’ meu. Fiquei desnorteada.”

Após o relato, muitas pessoas responderam e compartilharam a mensagem mostrando conhecer o professor. Algumas pessoas demonstram surpresa; outras apontaram já desconfiar do homem.

Professor de Biologia

Em outro relato, feito por outra moça, um professor que lecionava Biologia foi acusado. “Não foi o único professor do Projeção que assediava meninas e nem vai ser o último. Já fui assediada diversas vezes no P7”, conta a jovem. P7 é a unidade do Guará II da instituição.

“Ele me puxou na frente da sala do [bloco] B inteira e disse que eu era selvagem na cama por ter mais pelos. Todo mundo ficou rindo da situação.”

A jovem denunciou o professor, que acabou demitido anteriormente. Algumas colegas de instituição teriam feito pouco caso da atitude, segundo a garota. “Um monte de meninas falaram que era minha culpa, que eu não sabia brincar, que ele era perfeito, que era o jeito dele, que o mundo tava muito ‘mimizento’…”

Outras responderam às mensagens atestando o comportamento do professor. “Ele assediava todas as meninas na maior cara de pau e, às vezes, nem a gente se tocava”, conta uma jovem. “Quantas vezes eu já presenciei essas cenas nojentas, enquanto todos riam dizendo que era ‘jeito dele’…”, diz outra.

“Essa pessoa era eu”

Há mais relatos que acusam o professor. “Ele me levava em todas as salas quando ia dar essa matéria e ficava me mostrando, mostrando meus braços e falando essas coisas”, conta uma garota. “Eu peguei dependência com ele no segundo ano e não me esqueço do dia em que eu estava conversando com um colega e quando me levantei, ele comentou sobre a minha bunda”, afirma outra jovem.

“Eu o admirava de uma forma surreal. Quando ouvi falar das coisas que aconteceram e do porquê de ele ter sido demitido, fiquei em choque. Ele fazia certas brincadeiras comigo que, antigamente, eu não via maldade, mas agora…”, conta outra moça”

Demissão

O Projeção afirma ter aberto um processo administrativo interno para apurar o caso e demitido os professores envolvidos. Em notas publicadas nas redes sociais, a instituição alega que sempre estará “ao lado da verdade”. 

“Não transigimos com práticas que desrespeitam a dignidade das pessoas. Só existe um remédio para coibir atos que afrontam mais básicas noções de respeito ao outro: o máximo rigor”, afirma a instituição.

Veja as notas:

https://www.instagram.com/p/CAoJPh-AS6x/?igshid=lpienmkrsd0b

 

https://www.instagram.com/p/CAqp1lMgQJq/?igshid=1vo99y9xel5ph

 

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