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Brasília

Em dia de tribunal do júri, relembre a história de Rhuan

Rhuan foi brutalmente assassinado pela mãe e pela namorada dela em junho de 2019. O menino foi esfaqueado e esquartejado aos 9 anos

Redação Jornal de Brasília

25/11/2020 16h09

Caso Rhuan – assassinado pela mãe foto : arquivo pessoal

Aline Rocha, Olavo David Neto, Vanessa Lippelt e Willian Matos
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Na madrugada do dia 1º de junho de 2019, Rosana Auri da Silva Cândido matou o filho Rhuan Maycon com 12 facadas. Ela disse que fez isso porque queria apagar as lembranças que tinha da família do pai do garoto. Kacyla Pryscyla Santiago Damasceno, companheira e cúmplice no crime, disse que o ato estava sendo planejado há tempos e que o objetivo da assassina era “sumir com ele do mapa”.

Nesta quarta-feira (25), mais de um ano após o crime, acontece, no Fórum de Samambaia, o tribunal do júri responsável pelo julgamento da dupla. O julgamento acontece desde de 9h e todas as testemunhas foram ouvidas já pela manhã. O julgamento está na fase de debate, onde a promotoria e a defesa apresentam os argumentos. “Eu fui ouvido pela manhã e posso te dizer que tudo corre tranquilamente”, conta ao JBr Guilherme de Sousa Melo, à época delegado-chefe na 26ª Delegacia de Polícia (DP) de Samambaia, responsável por atender a ocorrência.

O crime

O crime teve características brutais. Após as facadas, Rosana esquartejou o garoto e tentou arrancar a pele do corpo dele para fritar. Queria, também, assar partes na churrasqueira da casa onde moravam, em Samambaia Norte, além de jogar outras partes no vaso sanitário. Só desistiu por conta do cheiro forte. Em seguida, por não conseguir concluir o planejado, colocou partes do menino em lancheiras e mochilas e jogou em um bueiro na QR 425, em frente à creche Azulão.

Transeuntes que passavam pelo local acionaram a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que encontrou o corpo de Rhuan e, em seguida, encontraram as criminosas. Elas confessaram o crime e contaram terem esperado pelo menino dormir para cometer a barbárie.

Rosana, mãe dele, acertou a primeira facada nas costas, viu o garoto cair de joelhos no chão e depois deu outros 11 golpes no tórax, de frente para o filho. Rosana contou, em depoimento, que conseguia ouvir o barulho da faca saindo dos ossos após cada movimento.

Em seguida, ela esquartejou, decapitou Rhuan e retirou toda a pele do rosto dele, com o propósito de fritá-la. Colocou a cabeça em um balde. Tentou assar as partes do garoto em uma churrasqueira para amolecer a carne, desprender dos ossos e descartar no vaso sanitário, mas não conseguiu. Também não teve êxito ao tirar os olhos do garoto. A mãe disse, ainda, que comprou a faca por R$ 14,90, dois pacotes de carvão (para a churrasqueira) e um martelo, pensando na trituração dos ossos depois do esquartejamento.

Rosana Auri da Silva Cândido e Kacyla Pryscyla Santiago Damasceno, assassinas confessas de Rhuan Maycon.

Brutalidade

O perito médico-legista do Instituto Médico Legal (IML), Christopher Diego Martins, confirmou que Rhuan levou 12 facadas, e não quatro, como dito pelas mulheres inicialmente. “A causa propriamente dita da morte de Rhuan foram os ferimentos com arma branca e a decapitação, sendo que no pescoço ainda havia sinais vitais. A cabeça foi totalmente removida em vida, ou logo após a morte, quando os tecidos ainda têm reação vital”.

O perito confirma que Rhuan teve o pênis decepado bem antes do crime que o matou. Christopher explica, clinicamente, a gravidade do ato. “Um marco anterior à morte, confirmado por meio do estudo de cicatrizes e de sequelas, foi a emasculação (remoção do pênis) e a castração (remoção dos testículos). Ambas foram feitas de forma artesanal e resultou em sérias consequências para o indivíduo (Rhuan) ainda em vida. Com a amputação do pênis, a uretra se retraiu e se formou uma fístula da uretra até a derme (pele) era por esse caminho muito estreito que o menino conseguia urinar durante este tempo. Ele só urinava sob alta pressão e isso retira a qualidade de vida, além de fazer do caso algo cruel e doloroso”, contou o médico-legista.

À época do crime, o Jornal de Brasília fez um especial contando a história do menino e o desdobramento do caso. Veja as matérias na íntegra: 

Caso Rhuan – parte 1 – Rosana: cinco anos e meio separam mãe e monstro
Caso Rhuan – parte 2 – Triste retrato dos nossos tempos
Caso Rhuan – parte 3 – Por que a criança amada virou alvo de ódio?
Caso Rhuan – parte 4 – Jornada de fuga e metamorfose
Caso Rhuan – parte 5 – O martírio final de Rhuan

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