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Brasília

Decisão do GDF impede trabalho de ambulantes

De acordo a Assessoria de Comunicação do GDF, o governador decidiu suspender a definição porque as áreas do Lago Sul são tombadas e é necessário ouvir outros órgãos

Marcus Eduardo Pereira

18/09/2019 5h32

Catarina Lima
[email protected]

A decisão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, de suspender a definição de áreas específicas para o trabalho de ambulantes no Lago Sul atingiu diretamente nove trabalhadores que não receberam os alvarás de funcionamento de seus negócios. De acordo a Assessoria de Comunicação do GDF, o governador decidiu suspender a definição porque as áreas do Lago Sul são tombadas e é necessário ouvir outros órgãos como, por exemplo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), antes de definir as áreas específicas.

A decisão tomada por Ibaneis no dia 16, segunda-feira, suspende a autorização para a definição de áreas no Lago Sul, publicada no Diário Oficial no dia 11 de setembro desse ano, que autorizava ambulantes a comercializarem marmitas em quiosques de 6 metros².

A vice-presidente do Sindicato dos Ambulantes do Distrito Federal, Cristiane Carvalho, atribuiu a decisão do governador com relação ao Lago Sul a falta de um trabalho conjunto entre a entidade de classe e os órgãos do GDF. Segundo ela, é preciso sintonia entre governo e sociedade para viabilizar a implementação da Lei 6.190/2018, que estabelece a criação de áreas para vendedores ambulantes.

“Desde fevereiro deste ano, após o novo governo assumir, nós procuramos a secretaria de Cidades e propusemos que fizéssemos em conjunto um cadastramento dos ambulantes, assim como a implementação da Lei, mas não obtivemos resposta”, lembrou Cristiane.

“Há 15 dias entregamos uma minuta ao governador com a mesma solicitação, mas até agora não obtivemos nenhuma resposta”, frisou.
Pressão de empresários
Cristiane acredita que se não for feito um cadastramento de todos os ambulantes e um rigoroso estabelecimento de regras com a participação de todos, o governo ficará suscetível a pressões da sociedade . “No caso do Lago Sul o governador deve ter sido pressionado pelo empresariado e pelos moradores do Lago”, frisou.

Cristiane lembrou, ainda, que sua luta para que seja feito um cadastro dos cerca de 150 mil ambulantes do Distrito Federal começou há quatro anos. Somente no final de 2018 ela conseguiu que o ex-governador, Rodrigo Rollemberg, criasse um grupo de trabalho para atender a reivindicação. “Nós do sindicato nos propomos participar de todo o trabalho, o GDF não vai ter custos, mas é preciso que queiram fazer”, concluiu Cristiane.

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