Pedro Marra
Especial para o Jornal de Brasília
Com as filas quilométricas que os brasilienses formam em postos de combustíveis no Distrito Federal, abastecer mais do que o necessário causa mais demora nas filas. É o que aconselhou a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Elisa Shcmitt (foto), em coletiva de imprensa na tarde de hoje (28) na sede do órgão, na Asa Norte.
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“Têm pessoas com meio tanque querendo abastecer prejudicam as filas. Precisamos de mais calma na hora de decidir sair de casa e ficar na espera. Isso é o que pedimos para melhorar a agilidade do abastecimento”, afirma.
Ainda segundo Elisa, a expectativa era de que “a situação normalizasse de ontem para hoje no DF. Mas estamos com a variação de 18% a 27% na porcentagem de álcool anidro dentro da mistura da gasolina que é vendida”. “Atualmente, estamos com o mínimo exigido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que é 18%”, complementa.
No domingo (27), o Sindicombustíveis havia confirmado a redução de 27% para 21% no teor de álcool anidro misturado à gasolina.
Da distribuidora aos postos
As siglas CIF e FOB podem causar estranheza à primeira vista. Mas representam as formas como os donos de postos contratam os fretes para receber combustível. E, com elas, o Sindicombustíveis justificou parte da situação vivida nos últimos dias.
O primeiro modo de carregamento, CIF (Cost, Insurance and Freight), significa custo, seguros e frete, em português. O valor da mercadoria vendida já está incluso, além dos custos do produto, sem precisar contratar frete adicional.
Já a forma de carregamento usada durante a atual crise é a FOB (Free on Board): livre a bordo, em português. Situação em que o cliente que paga o frete do produto é o responsável pelos riscos e custos. É o que está sendo feito pelos donos de postos, que estão buscando o combustível.
Papel das agências reguladoras
O economista Roberto Piscitelli salienta a desproteção do consumidor brasileiro. “Mesmo quando o brasileiro exerce o direito de reclamar, os órgãos não têm ação efetiva ou são muito lentos. Com isso, o nível de satisfação das pessoas é baixo. Na percepção dos consumidores em geral, as agências, ditas reguladoras, são tipos de cartórios. Nunca parecem estar do lado do consumidor, de controlar ou reduzir os preços e facilitar a concorrência”, analisa.