Menu
Brasília

Carros apreendidos com grupo que comandava a Kriptacoin serão leiloados

Arquivo Geral

27/03/2019 10h11

Foto: PCDF/Divulgação

Tácio Lorran
[email protected]

A Polícia Civil do DF (PCDF) vai realizar um leilão de carros de luxo apreendidos durante a Operação Patrick, que investigou um grupo envolvido no esquema de pirâmide financeira e investimentos na moeda virtual Kriptacoin. De forma eletrônica, o leilão ocorrerá nos dias 2 e 5 de abril.

No total, 16 veículos serão leiloados. Entre eles, um Lamborguini Huracan, um Porsche Panamera, um Porsche Cayenne V6, uma Mercedes Benz C180, um Audi R8 4.2 FSI, uma Ferrari 458 Itália e um Range Rover Vogue. Segundo o Ministério Público do DF (MPDFT), os lances mínimos variam de R$ 35 mil a R$ 1,3 milhão.

Para que o público possa conhecer os bens, os veículos estão abertos para visitação até 29 de março, entre 14h e 16h, no pátio da Divisão de Custódia de Bens da Policia Civil do DF (DCB) – rodovia DF 440, Km 15, Zona Rural, “Rota do Cavalo”, em Sobradinho.

Uma aeronave e um helicóptero também foram apreendidos durante a operação, mas não serão leiloados. Um acordo do MPDFT com os proprietários permitiu a recuperação de R$ 1,5 milhão, referente ao pagamento parcial desses bens pelos réus. Todo o dinheiro arrecadado nas vendas será utilizado para indenizar as vítimas do grupo criminoso.

Operação Patrick

A Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão, além de sequestros de bens contra sócios e diretores de empresas sediadas na capital federal e em Goiânia. Eles são acusados de movimentar R$ 250 milhões em esquema de pirâmide financeira e investimentos da Kriptacoin.

Em abril de 2018, os réus foram foram condenados por crime contra a economia popular, ocultação de bens, falsidade ideológica e organização criminosa. As penas variaram de 3 a 11 anos de prisão. Na segunda e terceira ação, novas pessoas foram incluídas no grupo criminoso, assim como os crimes de lavagem de dinheiro e pirâmide financeira.

Os envolvidos já possuem antecedentes criminais. As investigações da PCDF, com apoio da Promotoria da Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), apontam que os criminosos teriam criado um esquema sofisticado de moeda virtual para convencer pelo menos 40 mil pessoas a aplicarem dinheiro na Kriptacoin, visando apenas enriquecer as contas dos membros da organização.

Ameaças

A organização criminosa da Kriptacoin costumava mandar áudios com possibilidades e ameaças aos aplicadores. A investigação descobriu que o grupo indicava ampliação da moeda para o mercado internacional como forma de convencimento. Em áudio, o presidente Welbert Richard dizia que a negociação estava certa.

Golpe

As atividades do grupo começaram em janeiro de 2017. Pessoas eram induzidas a aplicar o seu dinheiro na moeda virtual com a promessa de 1% de lucro ao dia. Como forma de convencimento, os envolvidos promoviam festas de música eletrônica e ostentavam carros de luxo, além disso, falavam que, em até seis meses, os investidores teriam ganhado R$ 1 milhão. No início, era possível o saque de qualquer quantia, depois, a empresa permitia saques no limite de R$ 600. Com o tempo, as vítimas tiveram dificuldades para resgatar o dinheiro aplicado, inclusive com coações e ameaças.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado