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Brasília

Vans abandonadas eram berço da dengue em Taguatinga

Veículos foram removidos nesta terça (23) na primeira do DF Livre de Carcaças deste ano

Vítor Mendonça

23/01/2024 14h04

Foto: Vítor Mendonça/JBr

O programa DF Livre de Carcaças foi retomado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) nesta terça-feira (23), recolhendo veículos e peças automotivas abandonadas no Distrito Federal. A ação tem o objetivo de combater focos do mosquito da dengue e reprimir possíveis pontos de apoio para criminosos, seja como esconderijo pessoal ou de armas e drogas.

O primeiro ponto escolhido pela corporação para a atuação foi em Taguatinga, atrás do Setor de Oficinas Norte, onde diversas vans, aos pedaços, estavam abandonadas. Em pelo menos seis pontos foram encontrados focos de proliferação do mosquito da dengue, com água parada e larvas do inseto, indicando o perigo da doença se espalhar na região.

Juntamente com a SSP/DF, agentes da Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (SES) também prestaram apoio para combater os perigos oferecidos pelos criadouros de mosquitos. Foram colocadas pastilhas de veneno em cada foco identificado, para matar tanto os ovos quanto as larvas ou pupas que já estavam em desenvolvimento.

Apenas dois ou três dias após o contato com a água parada são o suficiente para a maturação de novos mosquitos, passando da fase do ovo para a larva, depois para a pupa e finalmente para como o inseto é conhecido.

Para além do aspecto ambiental, de combate à dengue, o subsecretário de Integração de Políticas em Segurança Pública, Jasiel Tavares Fernandes, ressalta que a ação também faz parte de um esforço preventivo contra a criminalidade. “A carcaça abandonada é uma desordem física, que pode ser utilizada por criminosos para se abrigarem, guardar armas, drogas e para o cometimento de mais crimes”, afirmou.

“Queremos trazer para a sociedade a possibilidade de que aquela carcaça não seja utilizada por algum criminoso. É uma questão preventiva. […] A ideia é que, combatendo as pequenas desordens, nós possamos evitar as grandes desordens. […] Isso mostra a presença do Governo do DF para que nós tenhamos uma cidade mais limpa e mais segura”, destacou.

Carcaças removidas

A ação de remoção das carcaças teve início por volta das 9h e segue na cidade até às 17h. A pasta deve retornar à região para outras operações do DF Livre de Carcaças nesta quarta (24) e quinta-feira (25). A SSP/DF conta com o apoio de outros órgãos de segurança e fiscalização, como a Polícia Militar, Detran, DER, DF Legal, Novacap, entre outros órgãos, como as administrações regionais.

Apenas no Setor H Norte, foram 38 denúncias feitas na Ouvidoria do órgão indicando pontos de remoção de carcaças de automóveis. Cada situação será avaliada individualmente pela pasta, que fará as remoções conforme os riscos oferecidos à população forem sendo confirmados. Todas as carcaças removidas são direcionadas para os pátios do Detran e do DER.

No ano passado, foram recolhidas 1.132 carcaças das ruas do DF, cerca de 337% a mais do que em todo o ano de 2022, quando 259 recolhimentos foram feitos pela pasta. Em 2021 e 2020, foram 306 e 448 carcaças, respectivamente. Portanto, desde o início do programa, em 2020, foram recolhidas 2.145 carcaças no DF.

Denúncias

O programa DF Livre de Carcaças funciona apenas a partir de demandas da população e das administrações regionais de cada cidade. Portanto, é preciso que a população indique os pontos que precisam da intervenção da pasta, denunciando pelo telefone da Ouvidoria, pelo número 162 ou pelos Conselhos de Segurança e Administrações Regionais. Além disso, as denúncias podem ser enviadas por e-mail para o endereço [email protected].

A pasta ressalta ainda sobre a importância de não abandonar veículos em espaços públicos, uma vez que pode oferecer riscos tanto à segurança da região quanto à saúde, podendo ser foco do mosquito da dengue. O subsecretário da SSP/DF relacionou o tipo de descaso com o espaço público com a Teoria das Janelas Quebradas, criada pelo cientista político James Wilson juntamente com o psicólogo criminalista George Kelling, em 1982.

A teoria indica que o mínimo de desordem em determinado ponto, como um prédio com uma janela quebrada, atrai mais desordem – no caso da teoria, mais janelas quebradas. A tendência é que o caos permaneça e se agrave ao longo do tempo. Em um local conservado, por outro lado, as chances que a desordem se estabeleça são menores.

“Em uma área em que existam muitas desordens, que não estão bem cuidadas, estimulam que outras pessoas tenham o mesmo comportamento. Em um local onde o chão está limpo, ao querer jogar um lixo no chão, a pessoa vai se constranger. Em contrapartida, em um local em que tudo já está sujo, não há constrangimento algum em sujar mais”, destacou o subsecretário.

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