Guilherme Gomes e Geovanna Bispo
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Cerca de 700 indígenas entraram em confronto, nesta terça-feira (22), com a Polícia Militar do DF nas proximidades da Câmara Federal. O clima é tenso entre os manifestantes e a força de segurança. Os indígenas protestavam contra a votação do PL 490, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de um projeto que muda o Estatuto do Índio, que dificulta a demarcação de terras indígenas.
O relator do texto, o deputado Arthur Maia (DEM-BA), propôs a retomada de terras reservadas em favor da União, caso ocorra a “alteração dos traços culturais da comunidade”.
Segundo a coordenadora-geral da organização Levante pela Terra, Isabela Tukano, a manifestação ocorria pacificamente, quando, ao se aproximarem da barricada junto à Câmara, a polícia começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. “Fomos recebidos com muita truculência. Estávamos vindo como todos os dias. As crianças foram recebidas a balas, há pelo menos três indígenas feridos. Estamos desarmados.”
Em nota, a PMDF afirma que os indígenas realizavam o protesto em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. “Os seguranças do Congresso reagiram com bombas de gás. A PM foi acionada e chegou ao local pouco tempo depois”, afirma a nota.
O policial militar Ricardo Miranda foi ferido com uma flecha na perna durante o movimento e terá que passar por uma cirurgia. Além dele, o agente administrativo Luiz Emílio também foi ferido no tórax, mas passa bem. Outro policial militar, que não teve o nome divulgado, também acabou ferido com uma flecha no pé.