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Brasília

Unidade de Internação de Santa Maria usa cultura como meio de socioeducação

O Projeto RAP alcançou mais de mil jovens e soma diversos lançamentos culturais, como curtas-metragens, CDS, livros batalha de poesia falada entre socioeducandos

Redação Jornal de Brasília

09/10/2022 12h48

Foto: Agência Brasília

É na poesia que o jovem J.H.M.A, 19 anos, consegue se expressar melhor. Em frases ritmadas, com jogos de palavras e figuras de linguagem, ele encontra um espaço livre, educativo e democrático para transmitir pensamentos, desejos e reivindicações.

Há um ano na Unidade de Internação de Santa Maria, ele já escreveu mais de 130 letras de música e conquistou, no dia 29 de setembro, o título de melhor composição na 1ª Edição do SlaMais Direitos, realizado pelo Projeto RAP – Ressocialização, Autonomia e Protagonismo, com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus).

“O projeto vem transformando a minha vida. Com a ajuda dos professores, estou aprendendo a me expressar mais. Fora daqui, quero lançar música, virar MC, ajudar minha filha e mostrar que o processo socioeducativo pode, sim, ressocializar. Voltar para cá só se for para me apresentar como artista”, compartilha J.H.M.A.

Além dele, outros jovens e adolescentes da Unidade de Internação de Santa Maria participaram da batalha poética, ajudando em composições coletivas ou subindo ao palco para declamar a produção ao público.

De acordo com o diretor da unidade, Lucian Rocha, a cultura é um dos eixos desenvolvidos entre os internos, além do esporte e da educação básica, por meio de parcerias.

“Para todo tipo de projeto, eles estudam o conteúdo antes e, no caso do slam, foram trabalhados temas como direitos humanos. De certa forma, traz a perspectiva de avaliação da conduta deles dentro e fora da unidade e de como podem melhorar, como uma reflexão”, afirma Rocha.

O subsecretário do Sistema Socioeducativo da Sejus, Demontiê Filho, alega que todo o trabalho desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), no sentido de ressocialização de jovens e adolescentes, visa incentivar o rompimento definitivo com a trajetória no ato infracional.

“Sabemos que boa parte desses meninos estão em evasão escolar e, por isso, a escolaridade é baixa. Não tiveram acesso a esporte, cultura e lazer, o que aumenta a vulnerabilidade e pode levar à prática do ato infracional. Então, é de extrema importância, e uma das preocupações da Secretaria de Justiça promover ações e parcerias em todos os eixos previstos na legislação, quais sejam esporte, cultura, lazer, educação, entre tantos outros, que levam os jovens e adolescentes a se entenderem enquanto sujeitos de direito e protagonistas da própria vida em uma perspectiva diferente”, explana o subsecretário.

Agência Brasília

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