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Brasília

“Tese de crime de mando é fajuta”, afirma irmão de Adriana Villela

Augusto defende inocência da ré e critica ação policial da época

Vítor Mendonça

30/09/2019 13h16

Augusto Villela defende inocência de Adriana. Foto: Vítor Mendonça

Vítor Mendonça
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Augusto Villela, irmão de Adriana Villela, acompanhado da sobrinha, Carolina, disse à imprensa, nesta segunda-feira (30), que a afirmativa de crime de mando da ré em questão, sustentada pela acusação do caso, não tem fundamento. “Temos certeza, desde o dia que meus pais foram assassinados, que ela é inocente. Essa tese de crime de mando é fajuta. Isso aí foi criado por incompetência da polícia em descobrir os verdadeiros assassinos”, afirmou. “Não há nenhum motivo para que a tese de latrocínio não seja aceita”, acrescentou.

Este é o oitavo dia de julgamento em Tribunal do Júri no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), em Brasília. Ao todo, acumulam-se mais de 75 horas de depoimentos, debates e teses sobre o crime da 113 Sul, apresentados pela acusação e pela defesa. A ré, Adriana Villela, chegou ao tribunal nesta manhã por volta das 9h15.

De acordo com Augusto, a família ainda sente o peso das acusações recebida. “É evidente que ela [Adriana] está abaladíssima, todos nós estamos. Acredito que ela vai se defender e ajuda a defesa a provar a inocência dela. […] A aposta ruim da polícia implicou em graves prejuízos para nossa imagem e reputação”, alegou.

Chegada de Adriana para o oitavo dia de julgamento no TJDFT. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Acusação

Conforme o procurador do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Maurício Miranda, a apresentação de depoimentos e mais documentos do processo contribui para a plena ciência do Júri quanto aos autos. “O objetivo de toda prova apresentada é fazer com que todos os jurados tenham conhecimento. A defesa se apoia em uma fala do perito e depoimentos dados na 8ª DP (SIA), que já estão mais do que comprovados que foram forjados mediante tortura. Além disso, as palavras utilizadas por Paulinho em Montalvânia são praticamente as mesmas das usadas por Leonardo em Brasília”, afirmou.

Defesa

No último domingo (29), o advogado de defesa do caso, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, sugeriu que a leitura das partes fosse adiantada, em razão do extenso tempo de julgamento já desenrolado. “A defesa entende que a prova técnica e a prova testemunhal é absolutamente inteira e correta a favor da inocência da Adriana”, afirmou. “A base de acusação do Ministério Público é uma carta de 2006 em que a mãe briga com ela, mas sem contar dezenas de cartas amorosas posteriores. Não existe absolutamente nada que nos preocupa, nós fizemos a prova da inocência de Adriana”, finalizou.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Julgamento

A previsão é que, nesta segunda-feira (30), façam-se as leituras de depoimentos de testemunhas arroladas no processo. Entre as peças proferidas pelos oficiais de justiça em plenário, foram lidas as declarações de Neilor, tio de um dos autores do crime, o Paulinho; de Luiz Julião Ribeiro, chefe da Coordenação de Crimes contra a Vida, antiga Corvida; e Denir Pedro da Silva, funcionário do escritório da advocacia do casal Villela.

Ainda nesta segunda-feira, são transmitidos um áudio do depoimento de Denir e vídeos das peças-chave da autoria do crime. Serão vistos, portanto, pelo Júri e plateia, as gravações de Leonardo Campos Alves e Paulo Santana, autores do crime; Mairlon, suposta terceira pessoa na cena criminal, preso; além de uma reconstituição dos acontecimentos no apartamento e a acareação dos acusados, isto é, um confronto às versões apresentadas por eles.

Ao todo são 75 volumes de processos sobre o crime da 113 Sul e mais de 20 mil páginas sobre o caso. A previsão é que ainda nesta segunda-feira seja feita a sabatina a Adriana Villela, arquiteta acusada de ser mandante do crime contra os pais em 28 de agosto de 2009. A expectativa é que todo o processo se encerre na próxima terça-feira, em 1º de outubro.

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