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Brasília

Crime da 113 Sul: irmão diz confiar em Adriana e acusa polícia de “incompetência”

Augusto afirma que incriminaram a irmã porque foi “uma vergonha muito grande durante todo esse tempo eles não terem descoberto nada sobre o crime”

Willian Matos

23/09/2019 9h08

Willian Matos
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Dez anos após o Crime da 113 Sul, que culminou nas mortes do casal José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela, e da empregada Francisca Nascimento da Silva, terá início nesta segunda-feira (23) o julgamento de Adriana Villela, filha do casal acusada de mandar matar os pais após desentendimentos financeiros. Em meio a possibilidade de ver a irmã condenada, o irmão de Adriana, Augusto Villela, decidiu se manifestar sobre o caso.

Adriana é acusada de contratar o ex-porteiro do casal Villela, Leonardo Campos Alves, para cometer o crime, em troca de dinheiro e joias. Leonardo teria combinado a execução com o sobrinho Paulo Cardoso Santana, e com Francisco Mairlon Barros Aguiar, que também seriam recompensados.

No dia 28 de agosto de 2009, os três foram até onde os Villela viviam, na SQS 113. Com base em informações supostamente passadas por Leonardo e Adriana, eles atacaram as vítimas com 73 facadas e, para simular um crime de latrocínio, eles levaram joias no valor de R$ 10 mil e US$ 70 mil em espécie.

A motivação, para a Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, seria um motivo torpe: Adriana queria se vingar dos pais pelos frequentes desentendimentos financeiros. Ela dependia economicamente deles e recebia mesada, mas considerava o valor baixo. O homicídio de Francisca ocorreu para garantir a impunidade pelos crimes, pois ela poderia identificar os autores.

A Promotoria também aposta em homicídios triplamente qualificados e não latrocínio, crime em que inexiste a figura de um mandante.

No entanto, não é o que pensa Augusto Villela, irmão da acusada Adriana e filho do casal morto há 10 anos. Após todo esse período em silêncio, Augusto decidiu se pronunciar — e com duras críticas à Polícia Civil do DF (PCDF). Ele acredita que os agentes foram “longe demais” nas “teses malucas criadas” e que voltar atrás seria responsabilizar alguém que teria apostado nas hipóteses trabalhadas pela corporação.

“Resolvi falar agora porque acho que minha irmã está correndo muito risco de ser condenada por um crime que ela não cometeu, e que mais tarde eu vou me arrepender de não ter dito tudo aquilo que eu penso desse caso”, afirma Augusto. “Nunca presenciei nenhum ato de agressão dela com ninguém, eu convivo muito com ela e nunca a vi agredir ninguém.”

“Eu acho que ela [a Polícia Civil] incriminou minha irmã porque foi uma vergonha muito grande durante todo esse tempo eles não terem descoberto nada sobre o crime. Inventaram uma série de teorias malucas, como se houvesse um criminoso perfeito que pudesse eliminar qualquer digital, como se fosse uma conspiração, e, na verdade, o que se viu é que não foi nada disso. Foi incompetência, mesmo. Incompetência da nossa polícia.”

Augusto aposta que se tratou, sim, de um crime de latrocínio, e que não há nenhum mandante do crime. “Tudo bate, só que, infelizmente, eles [polícia] já tinham iniciado essa tese de que há um mandante”, afirma. “Acho que eles foram tão longe nessa tese que não querem voltar atrás.”

Imprensa

Augusto também critica a postura da imprensa na cobertura do caso, e que nunca deu entrevistas porque afirma que não era possível saber qual a intenção dos profissionais. Diz, ainda, que os profissionais como um todo não são isentos, e que procuraram “inventar” e “estender a novela”.

“Vi muita gente contar história maluca só para poder participar dessa novela que se transformou nossa família.”

Confira o vídeo completo do pronunciamento de Augusto Villela sobre a morte dos pais e da empregada do casal:

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