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Brasília

Tatico, a fazenda e a viuva

Operação Looping 2, deflagrada pela PCDF, prendeu o empresário do ramo varejista José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como José Tatico

Redação Jornal de Brasília

21/06/2022 9h25

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nesta terça-feira, 21, a Operação Looping 2, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), prendeu o empresário do ramo varejista José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como José Tatico, 81 anos, e um dos filhos dele.

A ação tem como objetivo desarticular um grupo criminoso especializado na falsificação e uso de documentos forjados para simular a propriedade de fazendas milionárias em Goiás, uma delas avaliadas em cerca de R$ 15 milhões.

Um fazendeiro possuidor de terras em Padre Bernardo, teve a vida colocada em meio a um imbróglio envolvendo suas terras. Misteriosamente esse fazendeiro veio a falecer, a viuva em questão foi surpreendida ao tomar conhecimento que sua fazenda havia sido comprada pelo empresário Tatico. A viuva entrou na Justiça conflitando a venda das terras e denunciou a fraude no espólio a polícia.

No andamento da investigação ficou constado a falsificação de documentos.

Tatico, que exerceu a função de deputado federal entre 2003 a 2011, acabou preso por policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) quando estava em sua fazenda, em Padre Bernardo, no Entorno do DF. Os investigadores prenderem o filho do empresário em Goiânia.

Durante a operação foi apreendido dinheiro em espécie.

Vídeo: Reprodução/ PCDF

Entenda a Operação Looping 1:

  • Um casal de idosos possui uma fazenda na região do Gama. Um dos proprietários morre no ano de 2019, aos 91anos, deixando a propriedade para sua esposa, uma senhora de 91anos, e para os demais herdeiros. Um antigo amigo da família, que tentou por dez anos que o proprietário lhe confiasse a administração da fazenda, decide falsificar uma procuração de plenos poderes para poder vender, transferir, alienar em garantia, hipotecar e até retificar a área do imóvel.
  • Em março de 2020, cinco homens se reúnem com o intuito de praticar os crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos, uso de documentos falsos, esbulho possessório e lavagem de capitais, associando-se para simular um negócio jurídico inexistente e assim conseguir vantagem econômica com a transferência da referida fazenda.
  • Após a falsificação de diversos documentos, dentre eles papéis emitidos pela TERRACAP, os investigados apresentam pedido para a lavratura de escritura pública de compra e venda do imóvel rural, no 7º Ofício de Notas de Samambaia. A escritura é lavrada após a confirmação de uma procuração pública outorgada em favor do ex-amigo da família, emitida fraudulentamente.
  • O responsável pela emissão da procuração falsa é um ex-tabelião interino do Cartório de Notas e Registro Civil do distrito de Limeira(MG), que havia sido afastado do cargo por conta da lavratura de inúmeras procurações e escrituras falsas, envolvendo imóveis de elevado valor. O ex-tabelião fez inserir informação falsa em resposta aos cartórios do Distrito Federal confirmando a “veracidade” da procuração que daria lastro jurídico à emissão da escritura de compra e venda do imóvel rural no DF, objeto de cobiça da associação de criminosos.
  • Surge um falso comprador, por meio de um “laranja”. Após isso, o referido imóvel é dado como garantia em contratos de mútuo (empréstimos) junto à instituições bancárias.
  • Os investigadores acreditam que o objetivo dos criminosos é garantir a propriedade do imóvel, dissimulando a verdadeira propriedade do mesmo e inviabilizara a procedência de ações judiciais promovidas pelos herdeiros dos verdadeiros donos, ou fazendo com que terceiros de boa-fé comprem o imóvel e posteriormente descubram que foram enganados.

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