João Paulo Mariano
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (12), que Adriana Villela deve ir a Júri Popular no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). Ela é filha do casal Villela, assassinado junto à empregada da família na 113 Sul, em agosto de 2009. A Corte indeferiu recurso imposto pela defesa da mulher, pelo qual alegava que não havia indícios da participação dela no crime.
A decisão foi proferida pela 6ª Turma do STJ. O placar ficou em 4 contra 1 para a derrubada do recurso. Esse mesmo julgamento já havia sido adiado na semana passada, depois que o ministro relator Sebastião Reis Júnior pediu vista. Ontem, esse mesmo magistrado votou pela aceitação da peça da defesa. Porém, ele foi voto vencido.
O segundo ministro a se pronunciar, Rogério Schietti Cruz, julgou que há indícios de participação da acusada e que o julgamento poderia ocorrer por meio do TJDFT. O pensamento foi seguido pelos outros três ministros.
Depois de todo esse tempo do crime, Adriana Villela ainda não passou por um julgamento. Os outros envolvidos já foram condenados. A mulher foi denunciada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por suposto envolvimento no triplo homicídio.
O advogado de defesa de Adriana Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, diz que vai recorrer da decisão junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) assim que o acórdão for publicado. “Consideramos que o ministro Sebastião Reis está com a melhor tese sobre o assunto”, alega.
O Crime
O triplo homicídio ocorreu no Bloco C da 113 Sul, em 28 de agosto de 2009. O advogado José Guilherme Vilella, 73 anos, (ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral), sua esposa, a também advogada Maria Vilella, e a funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva, foram mortos a facadas. Os corpos já estavam em avançado estado de decomposição quando foram encontrados pela neta do casal, três dias depois.
Adriana teria sido motivada pela herança dos pais (avaliada em R$ 160 milhões em imóveis) e pela revolta por receber deles apenas uma mesada de R$ 8,5 mil.
Problemas na investigação
A delegada responsável pelo caso, Martha Vargas, chegou a ouvir no inquérito uma vidente, que afirmava receber mensagens do falecido José Guilherme. E também foi acusada de torturar suspeitos inocentes para que confessassem o crime. Ela foi presa em outubro do ano passado.
Já com novo comando de investigação, a polícia chegou aos três verdadeiros criminosos: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio, Paulo Cardoso Santana, sobrinho do ex-porteiro, e Francisco Mairlon, comparsa de Leonardo. E foram eles que denunciaram Adriana Vilella como a mandante dos homicídios.