Menu
Brasília

Síndico agredido por personal trainer ainda se recupera de cirurgia emergencial

Segundo informações, a cirurgia foi solicitada após os médicos identificarem que os dentes do síndico estariam moles com risco de caírem

Redação Jornal de Brasília

20/03/2022 18h34

Vitor Mendonça, Tereza Neuberger, Amanda Karolyne
[email protected]

O síndico e jornalista da TV Brasil, Wahby Abdel Karim Khalil, de 42 anos, precisou passar por uma cirurgia de emergência no Hospital Santa Lúcia Sul (Asa Sul) na última sexta-feira, para reparar os dentes que amoleceram devido à agressão recebida na última quinta-feira.

Após ser agredido, ele foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Lá foi constatado que Khalil teve hemorragia cerebral devido ao soco sofrido, o que poderia provocar convulsão e meningite. Na unidade hospitalar, o síndico também recebeu os tratamentos para os inchaços na boca e olhos.

Segundo informações do advogado do jornalista, a cirurgia foi solicitada após os médicos identificarem que os dentes do síndico estariam moles e com um grande risco de caírem, o que também contribuiu para que ele não pudesse mastigar os alimentos. De acordo com ele, o jornalista está se recuperando, e sente muitas dores. Ainda não se sabe, quando Wahby vai ter alta do hospital.

O advogado de Khalil também informa que existe a possibilidade de que o sindico peça a expulsão do professor de educação física, Henrique Paulo Sampaio Campos. “Mas ainda não é certeza, porque temos que esperar o Khalil sair do hospital. O foco é a saúde dele, e depois tomamos as providências jurídicas que tiver que tomar”, frisa.

Relembre

A situação toda ocorreu no fim da manhã da última quinta-feira (17) no condomínio Residencial Luna Park. Após inúmeras reclamações dos moradores sobre o barulho que o saco de pancadas instalado na academia do condomínio fazia, o jornalista resolveu, como síndico, conversar a respeito com o professor de educação física, Henrique Paulo Sampaio Campos.

Além do barulho, o educador que é também morador do condomínio, teria instalado o saco de pancadas sem autorização, o que estaria causando rachaduras no teto da academia.

Durante a conversa na própria academia, a situação saiu do controle quando o educador físico resolveu partir para a agressão contra o jornalista. Tudo foi gravado pelo circuito interno de monitoramento do condomínio. Nas imagens, é possível ver o jornalista, o profissional de educação física, e um funcionário do residencial conversando próximo ao saco de pancadas.

Em determinado momento o professor de educação física se altera e gesticula mais intensamente. Repentinamente, ele desfere um soco contra o rosto de Khalil, que imediatamente cai ao chão, sem resistência, como se tivesse desmaiado.

O funcionário tentou intervir, mas diante da postura agressiva do professor de educação física, se afastou. Em nenhum momento o educador físico tentou prestar socorro ao jornalista, pelo contrário continuou falando e gesticulando contra Khalil, ainda no chão e desnorteado.

O caso foi registrado como lesão corporal na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e Khalil foi encaminhado ao hospital Santa Lúcia Sul para atendimento. De acordo com informações levantadas pela defesa do jornalista, o profissional de educação física já teria praticado outras agressões, inclusive já teria agredido o síndico em uma reunião de condomínio.

Repúdio

Em nota emitida na última sexta-feira (18), o Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais Distrito Federal (Sindicondomínio-DF) manifestou “veemente repúdio e indignação contra a agressão sofrida” pelo síndico em Águas Claras.

“A vítima estava no exercício legal e legítimo da atividade. O síndico tem a responsabilidade, por dever de ofício, de atuar na defesa dos interesses coletivos dos condôminos. No desempenho de suas funções, o síndico representa todos os condôminos, e uma agressão à sua pessoa é uma agressão a todos os integrantes do condomínio”, destacou a entidade sindical.

Ainda conforme a nota emitida, a agressão feita pelo personal trainer foi “covarde” e “sem motivação”. “O indivíduo demonstrou não possuir as mínimas condições de conviver em comunidade, pois se comportou de forma bruta, violenta e insana. Um perigo para toda a sociedade”, declarou ainda.

De acordo com o Sindicondomínio-DF, a estrutura administrativa e jurídica do sindicato está à disposição de Wahby para auxiliá-lo no que for necessário para protegê-lo.

“Ficaremos vigilantes enquanto o agressor não for adequadamente punido e a paz social retorne ao Condomínio e seus moradores. Não é a primeira vez que este tipo de agressão acontece. Não podemos admitir que atos dessa natureza continuem impunes. […] Basta de violência. Punição para o agressor”, pediu o sindicato, finalizando a nota de repúdio.

Também recriminaram a agressão o Instituto Nacional de Condomínios e Apoio aos Condôminos (INCC), a Associação Brasileira de Síndicos e Condomínios (ABRASSP), a Associação dos Síndicos de Condomínios Residenciais e Comerciais do Distrito Federal (ASSOSÍNDICOS/DF) e o Grupo de Síndicos de Águas Claras. O grupo manifestou repúdio à violência do professor de educação física.

“As entidades citadas acima, consideram inaceitável a conduta prepotente, arrogante e agressiva do morador do condomínio. É intolerável que um professor proceda com um soco, combinado com truculência, desrespeito e falta de civilidade se colocando acima da lei, agredindo física e moralmente o Síndico do Condomínio”, diz a nota.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado