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Brasília

Setores afetados pelo lockdown organizam manifestações em Brasília

Empresários que atuam fora dos serviços essenciais organizam carreatas na capital contra o fechamento de portas, a partir deste domingo (28). Segmento de bares e restaurantes se reúne em frente ao Palácio do Buriti na segunda (1º), às 11h, “setor está desesperado”

Redação Jornal de Brasília

27/02/2021 16h18

Cezar Camilo
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Nesta segunda-feira, 1º de março, bares e restaurantes programam uma carreata na frente do Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal, contra as restrições implementadas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no novo lockdown da capital.

O setor está proibido de abrir as portas a partir deste domingo (28) – o texto não delimita o fim da medida, mas Ibaneis adiantou que precisaria de 15 dias para atender a população. Segundo um dos organizadores, “o setor está desesperado”.

O empresário Oswaldo Scafuto, dono de dois restaurantes e duas lanchonetes em Brasília, disse ser a primeira vez que vê o empresariado do DF “tão unido”. Segundo ele, diversos segmentos do comércio também estão organizando carreatas. O objetivo é o mesmo: reivindicar uma flexibilização das restrições impostas pelo GDF frente ao avanço da pandemia de covid-19 na capital.

“Donos de escolas, lotéricas, donos de lojas de vestuários em shoppings, diversos empresários de variados segmentos estão presentes em grupos que desaprovam as medidas restritivas ao comércio em Brasília”, aponta Scafuto.

Pelo menos a grande maioria, vê um despreparo do governo quanto ao controle das taxas de infecção. “A falta de fiscalização deixou passar ônibus lotados, a falta de leitos remanejados para atender as vítimas da pandemia. Agora, a gente fecha com contas e salários vencendo e com zero de receita”, ressaltou o empresário.

A primeira manifestação do setor de bares e restaurantes está marcada para às 11h desta segunda-feira (1º). Uma segunda, ainda não confirmada, é organizada para terça-feira (2). “Todas acompanhadas de instruções para se manter o distanciamento social e os demais protocolos de segurança”, afirma Oswaldo, um dos organizadores.

Medidas

O governador do DF, Ibaneis Rocha, disse que irá publicar um novo decreto ainda neste sábado (27) para alterar algumas restrições. “Construção civil, setor automotivo, os bancos e lotéricas que prestam atendimento à população, além de contadores e escritórios de advocacia. Nessas áreas, vamos fazer uma excepcionalidade dentro do novo decreto”, declarou em coletiva de imprensa.

Até agora, está decretado a paralisação de bares, restaurantes, shoppings, cinemas, teatros, redes de ensino particulares, academias, salões de beleza, barbearias, zoológico, parques, clubes recreativos, como também qualquer atividade que necessite de aval do poder público.

Supermercados, mercearias, padarias, farmácias, bem como outros serviços essenciais continuam abertos. Dentre eles, fica proibida a venda de bebida alcoólica após as 20h. Também devem reforçar higienização e os demais protocolos de segurança sanitária.

“A gente já sabia”

As conversas do empresariado brasiliense, nos mesmos grupos de Whatsapp que organizam as manifestações, previram o agravamento da crise sanitária que assola a capital. Segundo representantes do setor, o funcionamento irrestrito de comércios durante o feriado de Ano Novo e Carnaval foi um “sinal” para a volta do lockdown completo.

“Na verdade, a gente já sabia que estaríamos sujeitos a isso. Desde o início do ano, todo o Distrito Federal já estava sofrendo com um aumento de infecções [pelo novo coronavírus], logo após o pessoal festejar o Ano Novo, sem nenhuma restrição, e poder viajar no Carnaval normalmente”, ressaltou Oswaldo Scafuto ao Jornal de Brasília.

“Única solução possível”

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF) reforça a necessidade de conscientização da população acerca do perigo de superlotar o sistema de atendimento público. “É uma doença que não escolhe classe social, o lockdown é a única solução possível para não termos risco de lotar o sistema público de Saúde e, consequentemente, sobrecarregar a rede privada”, disse o subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, ao Jornal de Brasília.

As fiscalizações continuam em conjunto com a Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal). Segundo Valero, elas vão se intensificar a partir de 00h01 deste domingo (28) – quando passa a valer o total lockdown na capital.

O grande problema foi não obter a conscientização dos brasilienses na medida em que era prevista pela Vigilância Sanitária. “Tivemos resultado [na conscientização], mas ainda nos deparamos com aglomerações criminosas, podemos dizer assim, todos os dias”, relatou o subsecretário da pasta.

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