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Brasília

SESI Lab inaugura visita de escolas com alunos da rede pública de Ceilândia

Estudantes do 2º e 3º anos do Ensino Médio experienciaram aparatos interativos e extraíram DNA de morangos em laboratório

Vítor Mendonça

07/03/2023 20h53

Foto: Iano Andrade/SESI Lab

Inaugurando as visitas de escolas e instituições de ensino públicas e privadas no espaço Sesi Lab, ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, o Centro Educacional (CED) 16, de Ceilândia, foi o primeiro a fazer uma excursão guiada dentro do local nesta terça-feira (7). Foram 30 alunos entre 16 e 17 anos, do 2º e 3º anos do Ensino Médio, que passaram a tarde conhecendo as três galerias dispostas no novo museu de ciência e tecnologia de Brasília.

Dentro os mais de 100 aparatos interativos dentro do Sesi Lab, o tema escolhido pela professora que organizou o programa no centro de Brasília, Priscila Silveira, docente de geografia, foi sobre “DNA e diversidade”. Assim, os estudantes andaram pelas exposições conhecendo mais não apenas sobre a diversidade científica entre os seres humanos, mas também na natureza, por meio das instalações do espaço.

Segundo a professora, a maioria dos estudantes é do Sol Nascente e todos ficaram muito animados para as excursões em grupo, porque, nelas, eles têm a oportunidade de aproveitar o tempo de aula para aprender de uma maneira diferente da usual nas escolas. Ao chegarem, desceram do ônibus empolgados com o que iriam ver e aprender dentro do Sesi Lab, conforme contou a professora.

Priscila explica que o fato da maioria dos estudantes morar no Sol Nascente simboliza muito nesta inauguração das excursões escolares no museu. “Desde o ano passado os levo para conhecer os monumentos de Brasília e queria muito trazê-los ao Sesi Lab. É muito simbólico para esses meninos entenderem que esses espaços são deles, que eles têm direito de entrar e visitar, participar, falar”, afirmou.

“Queremos mostrar que nós conseguimos fazer uma educação de qualidade quando há o apoio de todos. Quando os vejo aqui, fico extremamente emocionada de ver que estamos conseguindo alcançar esses lugares. Eles ficam felizes e isso mostra que eles são importantes e também devem ser respeitados independentemente da classe social que eles estejam”, disse.

O tema da diversidade está alinhado com uma das características do CED 16, que é referência no ensino e acompanhamento de alunos com deficiências intelectuais e físicas, tendo salas de aula específicas para este público. Além disso, assuntos, como o racismo, também são lecionados na instituição. “Nós mostramos as diferenças que temos e que devemos respeitar a todos, independentemente da forma que a pessoa quiser se vestir, da forma que a pessoa quer estar. Trabalhamos muito o respeito e a inclusão”, destacou.

Priscila destaca que investir na educação desta forma, com atividades fora de sala de aula, mas igualmente educativas, os ajuda a reconhecer a importância do patrimônio que a cidade possui. “Queremos despertar eles sobre a conservação do patrimônio público, mas não só da escola, da cidade também. Às vezes até o governo faz a parte dele de limpar e fazer a manutenção, mas a própria população não cuida e suja”, ponderou. “Puxo a orelha deles nesse sentido, para cuidarem da cidade também.”

Entre as atividades, os alunos aprenderam sobre os tons de pele, as diferenças entre o DNA humano e de outros animais, sobre a dinâmica das cores, do equilíbrio ecológico entre os seres vivos, física, química, artes e tecnologia – todos de maneira interligada. Como última experiência, os estudantes puderam, dentro do laboratório do Sesi Lab, extrair o DNA de um morango, passando por todos os processos científicos até a separação do genoma da fruta.

Eduardo Muzio, 16, um dos alunos do 2º ano que participou da excursão, afirmou que a professora Priscila já havia comentado que a saída seria diferente, com a oportunidade de aprender de uma maneira inovadora, o que se concretizou para o estudante. “Foi uma surpresa conhecer o museu. A parte que eu mais gostei foi aprender na prática – enquanto estavam explicando, nós fazíamos os experimentos. Achei interessante isso, não esperava que iria além da teoria”, comentou.

“Foi diferente até de outras saídas que fazíamos fora da escola. Eu já me interesso por ciências e tenho muita curiosidade. […] Estou saindo daqui mais animado, porque gostei bastante do que vimos. É bom porque nos ajuda a sermos melhores como pessoas”, continuou.

Para Isadora Eloise, também do 2º ano, a saída foi mais uma oportunidade de conhecer mais sobre como o mundo funciona e aprender de uma maneira diferente da que tem na escola. “Gostei de aprender um pouco sobre a mistura das luzes das cores [em um painel interativo]”, destacou. Nele, ela pôde aprender sobre a multiformidade dos espectros da luz. Por gostar de Ciências, a excursão foi enriquecedora, segundo ela.

“Inspirador”

Nas palavras da gerente executiva de Cultura do SESI, Cláudia Ramalho, o projeto do Lab é “inspirador”. “Os alunos chegam aqui e compreendem fenômenos que na escola são ensinados de maneira limitada. Aqui os alunos veem as coisas na prática”, explicou. De acordo com ela, todas as três galerias do museu levam à reflexão sobre os fenômenos físicos, químicos, sobre pessoas e sociedade, e as produções de arte, como música, pintura, colagem, entre outros.

“Eles saem com algo tangível, como nessa aula que eles extraem o DNA do morango. Ter essa experiência é muito bacana, ter a oportunidade de aprender com equipamentos de ponta. É inspirador para pensar sobre o futuro também”, destacou. “Nossa última galeria traz essa reflexão: o que é o futuro, do que ele depende de mim, o que eu posso fazer para ter ele diferente? A educação ajuda nisso”, continuou. “E isso é para todas as idades”.

Serviço

  • O Sesi Lab abre de terça à sexta, das 9h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.
  • É gratuito para estudantes e professores da rede pública e da rede SESI e SENAI, crianças com até 10 anos de idade, pessoas com deficiência, trabalhadores da indústria do Sistema Indústria, públicos em situação de vulnerabilidade social, com agendamento por instituições sociais, e membros associados do Conselho Internacional de Museus (ICOM).
  • Toda primeira quinta-feira de cada vez é dada entrada gratuita a todos os públicos e com horário estendido das 9h às 21h.

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