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Roubos e furtos de celulares aumentaram no Distrito Federal. Veja dicas para se proteger

Os casos de roubo e furto a aparelhos celulares no Distrito Federal vem aumentando nos últimos anos. Segundo dados da Polícia Civil do DF (PCDF), 15.136 celulares foram furtados no ano passado, representando um aumento de 48,4% em relação a 2021, onde foram registrados 10.198 ocorrências. Já o número de roubos teve um pequeno crescimento, de 2,5%. Foram 13.248 casos em 2022, e 12.930 em 2012.

Já neste ano, até o início de maio, período em que a pesquisa foi feita, já foram registrados 3.067 furtos e 2.039 roubos a transeuntes na capital. Para o especialista em segurança pública e gestão estratégica em segurança e ordem pública, Leonardo Sant’Anna, o celular é o objeto mais visado pelos bandidos pela facilidade de ser subtraído e as várias maneiras em que o celular pode ser comercializado e revendido.

“Da mesma maneira que a gente percebe em veículos que em alguns instantes são depenados e depois vendidos por partes, o celular ele é vendido assim com valores extremamente altos, alguns valores que se equiparam com uma motocicleta nova por exemplo e ele também pode ser vendido por partes e comercializado sem que se rastreie as peças”, destaca.

O gestor administrativo, Alan Peixoto, 22, é uma das vítimas desses criminosos. Ele conta que perdeu dois celulares nos últimos meses, sendo um furto e um roubo. Nas duas ocasiões, a ação ocorreu enquanto ele precisava utilizar o metrô para ir até sua casa.

“Foi por volta de 23h dentro do metrô, quando voltava de um bloco no carnaval. O celular ficou o tempo todo na minha cintura, mas aí quando eu entrei no metrô para vir embora, levaram e eu nem senti. O vagão estava relativamente cheio, só vi quando estava chegando em casa”, contou.

Alan destaca que ainda foi avisado por amigos para tomar cuidado. Pouco tempo depois, o jovem perdeu o outro celular que tinha comprado, dessa vez, ele foi rendido por criminosos que portavam uma faca. “O roubo eu estava saindo da estação Feira, na metade do caminho fui parado por dois meninos. Eu me assustei, ainda pensei em reagir só que pensei duas vezes antes de fazer isso”, relatou.

O gestor disse ainda que não buscou realizar um boletim de ocorrência já que, segundo ele, é muito difícil a recuperação do aparelho. “Agora eu não ando mais com o celular na mão quando estou na rua, deixo sempre na bolsa. Gastei um dinheiro que tinha como reserva para uma viagem já marcada. Vou viajar ainda porque já comprei as passagens, mas vou gastar o que não posso”, disse Alan Peixoto.

Quem teve uma experiência considerada “traumatizante” ao ser vítima de assalto, foi a universitária Daniella Almeida, 24. A moradora do Cruzeiro destaca que foi uma das piores sensações que já sentiu na vida e que, hoje em dia, tem receio de sair sozinha na rua. “Foi de manhã quando estava indo pra faculdade, eu estava esperando um ônibus na parada e um homem apareceu do nada apontando uma arma para mim, […] Entrei em desespero e comecei a ter uma crise de ansiedade”, relatou.

A estudante conta que estava sozinha na parada de ônibus, e que toda a situação foi muito rápida. “Não tive tempo de pensar no que fazer, fui pega totalmente de surpresa”, recorda. Segundo Daniella, ela registrou boletim de ocorrência, mas o celular não chegou a ser recuperado. “Perdi fotos que eram importantes pra mim, conversas, vídeos, e esse é até um dos motivos que fez com que hoje eu salvasse tudo na nuvem (sistema que permite armazenar arquivos na internet)[…] Infelizmente é bem comum você ser assaltado pelo menos uma vez na vida”, aponta.

Todo cuidado é pouco

O porta-voz da Polícia Militar do DF, major Michello Bueno, afirma que, até março, foram recuperados cerca de 1.400 celulares roubados ou furtados. Segundo o militar, o furto de celular acontece em lugar de grande movimentação e circulação de pessoas. “Rodoviárias, feiras, dentro de coletivos, porque as pessoas estão distraídas e o criminoso vê e consegue facilmente furtar seu celular dessa forma”, destaca.

Em relação a roubos, o major destaca que é importante evitar locais escuros e com pouca circulação de pessoas, já que é considerado o ambiente ideal para que os criminosos ajam. Segundo o militar, mulheres, idosos e crianças são os principais alvos. “É importante evitar andar com fone de ouvido ou teclando distraído, se vê alguém de atitude suspeita, desvie o caminho”, recomenda o major Michello Bueno.

Use a tecnologia e proteja seus dados

Ao Jornal de Brasília, o perito e especialista em crimes cibernéticos, Wanderson Castilho, deu dicas de como se proteger quando ocorrer de ter o celular furtado ou invadido por criminosos. São fotos pessoais que podem ser vistas, modificadas e divulgadas, informações, contatos e intimidades que ficam expostas, além das senhas e do acesso aos aplicativos bancários.

Para isso, o perito orienta que sejam tomadas algumas precauções, caso o celular seja invadido virtualmente, ou roubado. “Ter aplicativos que escondam informações pessoais e solicitar senha em dois fatores é o primeiro passo para dificultar o acesso dos criminosos, tanto nas redes sociais, quanto nos aplicativos bancários. No caso de roubo, é preciso bloquear o aparelho por meio do número IMEI e comunicar imediatamente a operadora de telefonia e o banco, evitando assim maiores prejuízos”, explica.

Castilho elenca os principais pontos que devem ser revistos o quanto antes e claro, manter-se sempre alerta:

Apague os dados remotamente: Para que o prejuízo seja menor é importante se prevenir, habilite em seu celular o Find my Samsung, Find my Iphone, ou instale o aplicativo Find my Android. Se o celular foi roubado, procure um computador, tablet, ou outro celular o mais rápido possível, entre no aplicativo e apague os dados. É importante sempre realizar backup no celular, e tentar fazer esses testes de rastreamento de celular no mínimo uma vez a cada dois meses.

Defina bloqueio automático de tela: Quanto menos tempo a tela ficar desbloqueada, melhor. Visto que após o roubo, o criminoso fará o possível para fugir da cena do crime e não terá tempo para se preocupar em mantê-la desbloqueada. Assim, ele terá mais dificuldade em acessar o seu telefone;

Evite Face ID e biometria: Utilizar o reconhecimento por Face ID e Biometria é ótimo, ainda mais quando precisamos gravar uma série de senhas diferentes, mas existem aparelhos em que há brechas. Assim, a orientação é usar senhas fortes e criar um mecanismo para decorá-las ou anote em um local seguro;

Utilize o múltiplo fator de autenticação (MFA): Isso serve para aplicativos de mensagens e de banco. Esse recurso exigirá uma segunda autenticação com senha, para ser acessado. Neste caso, a confirmação dos dados deverá ser feita por meio de um e-mail que não fica logado no aparelho celular. Evite cadastrar SMS e ligação, já que sem o celular em mãos, qualquer pessoa poderá liberar o acesso.

Redação Jornal de Brasília

13/04/2023 20h02

Atualizada 14/04/2023 9h37

Foto: Reprodução

Por Marcos Nailton
[email protected]

Os casos de roubo e furto a aparelhos celulares no Distrito Federal vem aumentando nos últimos anos. Segundo dados da Polícia Civil do DF (PCDF), 15.136 celulares foram furtados no ano passado, representando um aumento de 48,4% em relação a 2021, onde foram registrados 10.198 ocorrências. Já o número de roubos teve um pequeno crescimento, de 2,5%. Foram 13.248 casos em 2022, e 12.930 em 2012.

Já neste ano, até o início de março, período em que a pesquisa foi feita, já foram registrados 3.067 furtos e 2.039 roubos a transeuntes na capital. Para o especialista em segurança pública e gestão estratégica em segurança e ordem pública, Leonardo Sant’Anna, o celular é o objeto mais visado pelos bandidos pela facilidade de ser subtraído e as várias maneiras em que o celular pode ser comercializado e revendido. 

“Da mesma maneira que a gente percebe em veículos que em alguns instantes são depenados e depois vendidos por partes, o celular ele é vendido assim com valores extremamente altos, alguns valores que se equiparam com uma motocicleta nova por exemplo e ele também pode ser vendido por partes e comercializado sem que se rastreie as peças”, destaca.

O gestor administrativo, Alan Peixoto, 22, é uma das vítimas desses criminosos. Ele conta que perdeu dois celulares nos últimos meses, sendo um furto e um roubo. Nas duas ocasiões, a ação ocorreu enquanto ele precisava utilizar o metrô para ir até sua casa.

“Foi por volta de 23h dentro do metrô, quando voltava de um bloco no carnaval. O celular ficou o tempo todo na minha cintura, mas aí quando eu entrei no metrô para vir embora, levaram e eu nem senti. O vagão estava relativamente cheio, só vi quando estava chegando em casa”, contou.

Alan destaca que ainda foi avisado por amigos para tomar cuidado. Pouco tempo depois, o jovem perdeu o outro celular que tinha comprado, dessa vez, ele foi rendido por criminosos que portavam uma faca. “O roubo eu estava saindo da estação Feira, na metade do caminho fui parado por dois meninos. Eu me assustei, ainda pensei em reagir só que pensei duas vezes antes de fazer isso”, relatou. 

O gestor disse ainda que não buscou realizar um boletim de ocorrência já que, segundo ele, é muito difícil a recuperação do aparelho. “Agora eu não ando mais com o celular na mão quando estou na rua, deixo sempre na bolsa. Gastei um dinheiro que tinha como reserva para uma viagem já marcada. Vou viajar ainda porque já comprei as passagens, mas vou gastar o que não posso”, disse Alan Peixoto.

Quem teve uma experiência considerada “traumatizante” ao ser vítima de assalto, foi a universitária Daniella Almeida, 24. A moradora do Cruzeiro destaca que foi uma das piores sensações que já sentiu na vida e que, hoje em dia, tem receio de sair sozinha na rua. “Foi de manhã quando estava indo pra faculdade, eu estava esperando um ônibus na parada e um homem apareceu do nada apontando uma arma para mim, […] Entrei em desespero e comecei a ter uma crise de ansiedade”, relatou.

A estudante conta que estava sozinha na parada de ônibus, e que toda a situação foi muito rápida. “Não tive tempo de pensar no que fazer, fui pega totalmente de surpresa”, recorda. Segundo Daniella, ela registrou boletim de ocorrência, mas o celular não chegou a ser recuperado. “Perdi fotos que eram importantes pra mim, conversas, vídeos, e esse é até um dos motivos que fez com que hoje eu salvasse tudo na nuvem (sistema que permite armazenar arquivos na internet)[…] Infelizmente é bem comum você ser assaltado pelo menos uma vez na vida”, aponta.

Todo cuidado é pouco

O porta-voz da Polícia Militar do DF, major Michello Bueno, afirma que, até março, foram recuperados cerca de 1.400 celulares roubados ou furtados. Segundo o militar, o furto de celular acontece em lugar de grande movimentação e circulação de pessoas. “Rodoviárias, feiras, dentro de coletivos, porque as pessoas estão distraídas e o criminoso vê e consegue facilmente furtar seu celular dessa forma”, destaca.

Em relação a roubos, o major destaca que é importante evitar locais escuros e com pouca circulação de pessoas, já que é considerado o ambiente ideal para que os criminosos ajam. Segundo o militar, mulheres, idosos e crianças são os principais alvos. “É importante evitar andar com fone de ouvido ou teclando distraído, se vê alguém  de atitude suspeita, desvie o caminho”, recomenda o major Michello Bueno.

Use a tecnologia e proteja seus dados

Ao Jornal de Brasília, o perito e especialista em crimes cibernéticos, Wanderson Castilho, deu dicas de como se proteger quando ocorrer de ter o celular furtado ou invadido por criminosos. São fotos pessoais que podem ser vistas, modificadas e divulgadas, informações, contatos e intimidades que ficam expostas, além das senhas e do acesso aos aplicativos bancários.

Para isso, o perito orienta que sejam tomadas algumas precauções, caso o celular seja invadido virtualmente, ou roubado. “Ter aplicativos que escondam informações pessoais e solicitar senha em dois fatores é o primeiro passo para dificultar o acesso dos criminosos, tanto nas redes sociais, quanto nos aplicativos bancários. No caso de roubo, é preciso bloquear o aparelho por meio do número IMEI e comunicar imediatamente a operadora de telefonia e o banco, evitando assim maiores prejuízos”, explica.

Castilho elenca os principais pontos que devem ser revistos o quanto antes e claro, manter-se sempre alerta:

  • Apague os dados remotamente: Para que o prejuízo seja menor é importante se prevenir, habilite em seu celular o Find my Samsung, Find my Iphone, ou instale o aplicativo Find my Android. Se o celular foi roubado, procure um computador, tablet, ou outro celular o mais rápido possível, entre no aplicativo e apague os dados. É importante sempre realizar backup no celular, e tentar fazer esses testes de rastreamento de celular no mínimo uma vez a cada dois meses.
  • Defina bloqueio automático de tela: Quanto menos tempo a tela ficar desbloqueada, melhor. Visto que após o roubo, o criminoso fará o possível para fugir da cena do crime e não terá tempo para se preocupar em mantê-la desbloqueada. Assim, ele terá mais dificuldade em acessar o seu telefone;
  • Evite Face ID e biometria: Utilizar o reconhecimento por Face ID e Biometria é ótimo, ainda mais quando precisamos gravar uma série de senhas diferentes, mas existem aparelhos em que há brechas. Assim, a orientação é usar senhas fortes e criar um mecanismo para decorá-las ou anote em um local seguro;
  • Utilize o múltiplo fator de autenticação (MFA): Isso serve para aplicativos de mensagens e de banco. Esse recurso exigirá uma segunda autenticação com senha, para ser acessado. Neste caso, a confirmação dos dados deverá ser feita por meio de um e-mail que não fica logado no aparelho celular. Evite cadastrar SMS e ligação, já que sem o celular em mãos, qualquer pessoa poderá liberar o acesso.

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