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Brasília

Reviravolta no caso Sabrina Nominato

Laudo pericial aponta DNA do marido na unhas da médica encontrada morta no DF. Sabrina teria tentado se defender antes de morrer

Redação Jornal de Brasília

03/02/2022 20h56

Sabrina Nominato. Foto: Reprodução

Por Tereza Neuberger
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Após mais de um ano o caso da médica Sabrina Nominato Fernandes Villela, de 37 anos, encontrada morta dentro de casa, no Lago Sul, em outubro de 2020 pode ganhar um novo rumo depois de ter sido constatado em um laudo da Polícia Civil do Distrito Federal(PCDF) a presença do DNA do marido, André Villela, nas unhas da esposa.

O caso segue sob investigação da 6ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal e segue ainda sem conclusão. À época da morte da cardiologista, a hipótese de que Sabrina teria tirado a própria vida chegou a ser levantada pela investigação.

Porém, a família da médica acredita na hipótese de que houve crime com a participação do companheiro da vítima, o personal trainer, André Reis Villela.

O relatório que muda os rumos da investigação foi elaborado em 8 de junho de 2021, e só foi divulgado agora. De acordo com o texto, o DNA do personal trainer foi encontrado sob as unhas das mãos direita e esquerda de Sabrina. O material genético de André foi comparado, durante os exames, com amostras colhidas nos locais descritos. O caso segue sob sigilo.

No final do ano passado, outro laudo já demonstrou que Sabrina foi vítima de asfixia por sufocação direta intencional, afastando assim a hipótese de a morte ter ocorrido por ingestão de álcool com remédios. Os laudos confirmam a tese da acusação, de que Sabrina não morreu de forma acidental.

Segundo a advogada da família, Sofia Coelho, ainda existem muitas diligências pendentes acerca do caso mas as provas estão convergindo para uma denúncia de acusação e o principal suspeito é o ex-companheiro de Sabrina, por conta da existência dos vestígios de DNA encontrados nas unhas da vítima e da presença de um arranhão no pescoço do personal trainer na ocasião.

A advogada ressalta que não há como a morte de Sabrina ter sido acidental indica indícios de que a cardiologista lutou antes de morrer. A médica Sabrina Nominato foi encontrada morta em sua cama, no dia 10 de outubro de 2020 pelo personal trainer André Reis Villela, que na época era o companheiro da vítima. Ele foi o único que esteve na residência do casal no dia em que Sabrina foi encontrada sem vida. Familiares e amigos próximos acreditam que o caso é de feminicídio e não de suicídio, como chegou a ser cogitado e contrataram peritos particulares.

A família da cardiologista segue na esperança de que o mistério que envolve a morte de Sabrina tenha um desfecho.

Vídeo: Reprodução

Além do laudo divulgado nesta quinta, familiares da cardiologista contam com a assistência de advogados e peritos particulares.

“Sinto-me extremamente triste com a demora das investigações, a demora das autoridades, para que seja elucidada a morte da minha irmã, que a justiça seja feita e que honremos a alma dela.” ressalta Larissa Nominato, de 37 anos, irmã de Sabrina.

Larissa Nominato sofre com a demora na elucidação do caso da irmã, ela que chegou a criar uma página no Instagram dedicada à irmã para pedir que a verdade sobre o caso fosse esclarecida. “Que ninguém mais sofra com a dor de perder uma irmã, uma filha, enfim, pessoas amadas.” acrescenta Larissa que disse ainda ser um sofrimento diário conviver com o fato de que 15 meses após o falecimento da irmã a justiça ainda não foi feita.

De acordo com laudos sobre o caso produzidos por peritos particulares contratados pela família da médica, houve contradições nos depoimentos prestados pelo personal trainer e ex-marido da médica.

A principal contradição apontada nos laudos é relacionada ao horário da morte da cardiologista. Todos os elementos colhidos durante a realização do primeiro exame cadavérico já demonstravam que Sabrina havia morrido na madrugada de 10 de outubro de 2020 e não após as 8h da manhã, quando o personal saiu de casa, de acordo com a defesa da médica. Os exames mostraram ainda que o corpo da médica estava com vários tipos de ferimentos, como escoriações no rosto e uma fratura no nariz.

O que diz a defesa

De acordo com a defesa, o viúvo de Sabrina afirma não possuir participação alguma em qualquer evento criminoso. “É descabível qualquer defesa relacionada à acusação por cometimento de crime contra sua esposa”, acrescenta a defesa.

“As lesões descritas no laudo cadavérico são totalmente compatíveis com a posição em que a médica Sabrina Nominato foi encontrada e com as manobras de ressuscitação realizadas”, é o que informou a defesa de André Villela, em nota divulgada em agosto do ano passado.

A defesa do personal trainer ressalta que a presença de substâncias medicamentosas que, quando associadas, podem culminar na potencialização de seus efeitos, intensificando reações adversas, principalmente quando associadas ao álcool encontradas no corpo de Sabrina não podem ser descartadas.

Os advogados de André Villela afirmam que ele “tem colaborado com as autoridades para a conclusão das investigações e inexistem indícios de que tenha ocorrido um crime”.

Entenda o caso

A cardiologista e o personal trainer eram casados há seis anos e viviam em uma propriedade alugada, localizada no condomínio Mini Chácaras, no Altiplano Leste, onde o corpo de Sabrina foi encontrado. De acordo com o inquérito, os depoimentos demonstram uma relação supostamente abusiva entre Sabrina e o marido.

Sabrina estava de bruços, com o rosto contra um dos travesseiros, em uma posição que provoca asfixia. Ela estava roxa e com o corpo enrijecido, coberta e já sem vida. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros foi acionada pelo personal trainer. Logo em seguida, a equipe de socorristas confirmou o óbito. A Polícia Civil foi chamada pelo porteiro do condomínio somente por volta das 16h.

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