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Brasília

Projeto Padaria Artesanal conclui formatura dos primeiros multiplicadores

O projeto Padaria Artesanal no Distrito Federal teve sua primeira fornada de formandos, com 120 multiplicadores do treinamento de panificação

Amanda Karolyne

21/11/2023 18h36

Francisca Katia é uma das formandas da primeira turma de multiplicadores

Ao todo, 120 formandos receberam da segunda-dama Lu Alckmin e do Arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo Cezar, os certificados do treinamento de panificação aos capacitados na primeira turma de multiplicadores do projeto no Distrito Federal. A cerimônia foi realizada nesta terça-feira (21), na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na Asa Sul. E contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do frei Rogério Soares, responsável pela unidade polo do projeto.

Os multiplicadores formados recebem a missão de disseminar o conhecimento nas unidades descentralizadas, localizadas em suas comunidades. Francisca Katia Silveira, 37 anos, merendeira, veio do Ceará para aprender a fazer pães. Ela atua no Instituto Metamorfose, que atende crianças de 3 anos até idosos de 65 anos. “A gente atende também pescadores, porque moramos em frente a uma praia, e a Lu foi no projeto e apresentou o da padaria”, conta.

Ela aceitou de prontidão ser uma das multiplicadoras, porque vai ajudar muita gente na comunidade dela, na instituição da qual ela faz parte. “Fiz o curso e vou ensinar mães, e a ideia é que os pães artesanais sejam dados para as crianças, como merenda”. Francisca acredita na força desse projeto, e conseguiu aprender muito. “E vamos lá ensinar!”. O pão que ela mais gostou de fazer foi o de coco.

O projeto Padaria Artesanal foi lançado no dia 6 de novembro, e no primeiro ciclo, foram capacitados cerca de 120 multiplicadores de 30 entidades com papel social no DF, como centros religiosos, comunidades terapêuticas e organizações da sociedade civil. Entre os formandos, também estavam pessoas de outros estados do país, vindos do Maranhão, de Goiás e do Ceará, que atuarão como multiplicadores em suas cidades de origem.

A Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na 615 Sul, administrada pelo frei Rogério, é a unidade polo do projeto. A igreja teve o espaço reformado e equipado para permitir a realização das aulas teóricas e práticas. Segundo o frei, o projeto tem uma metodologia que traz autonomia para as pessoas, e também esperança. “Em torno da padaria, se uniu vários segmentos da iniciativa privada, setor público, instituições, religiões. O pão mais uma vez se torna algo agregador”, afirma.

O frei ainda disse que o local irá continuar formando outros multiplicadores, e que em cerca de 15 dias, os kits adquiridos já estarão montados para que os multiplicadores coloquem as mãos na massa. O kit de panificação inclui uma mesa de aço inox, um forno semi-industrial, formas e um liquidificador industrial para continuidade da capacitação de pessoas interessadas nas comunidades.

Para o cardeal Dom Paulo César, a formatura dessa primeira turma foi um dia significativo. “O projeto já tinha nascido em São Paulo, pela idealizadora Lu Alckmin, e ela quis trazer para Brasília”. Ele aponta o desejo de Lu de expandir o projeto para todo o Brasil, e também espera que o projeto se multiplique. Para ele, o projeto tem o objetivo de dignificar as pessoas, para que elas tenham condições de tirar o sustento do seu suor.

“É bonito que a sociedade esteja unida para promover o bem e um mundo mais humano”. Ele agradeceu a todos aqueles e aquelas que se envolveram com o projeto, e parabenizou os formandos. “Quer dizer, gente que agora vai ensinar as pessoas nas comunidades, nos outros polos, e mais pessoas vão ser formadas”.

Para Lu Alckmin, Brasília é o coração do Brasil, e é um sonho realizado ter esse projeto sendo desenvolvido na capital. Ela aponta que já existem pedidos para que a Padaria Artesanal atenda pessoas do Amazonas, Bahia e do Rio de Janeiro. “E iremos levar esse projeto para todos os lugares, porque são milhões de pessoas passando fome”. Lu acredita que através da Padaria Artesanal, as pessoas vão receber o alento, com pães fáceis de fazer e de baixo custo, que geram renda rapidamente. Ela agradece ainda o símbolo da Padaria Artesanal, o chef mestre Brown, que ensinou, em dez dias, a arte de fazer os pães.

O mestre Brown é fruto do projeto, e conta que há vinte anos teve a vida transformada por ele. Eu catava latinha quando o projeto foi apresentado no Guarujá”. Para ele, esse projeto é uma oportunidade não só de aprender a fazer pão, mas para se encher de conhecimento. “Uma criança alimentada estuda melhor, tem mais saúde. E um pai de família, tendo seu sustento através do pão, vendendo nas ruas ou nas lojas, vê que tudo vai mudar na vida dele”.

Brown considera que o projeto é de qualificação total, e pontua que são ensinados 10 tipos de pães para os alunos. “Já temos alunos que já produziram em casa e já estão vendendo”. A prática ensinada garante que eles tenham oportunidade de emprego, pois é ensinado como manipular, higienizar, e congelar o pão, além de serem abordados com os multiplicadores temas como empreendedorismo e formalização.

O vice-presidente do Brasil Geraldo Alckmin presente no evento, e contou que provou os pães. “Um mais saboroso que o outro”. Para ele, faz toda a diferença essa organização da sociedade civil, com a união de esforços entre igrejas, pessoas físicas, entidades, setor público e privado.

O projeto é uma parceria entre a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Arquidiocese de Brasília, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) e o empresariado da Capital Federal.

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