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Brasília

Primeira granja avícola de pequeno porte do DF planeja triplicar produção

Com registro na Dipova, a Granja La Rosa conta com assistência da Emater e vende para o mercado formal

Redação Jornal de Brasília

29/07/2023 10h55

Produção diária na granja comandada por André La Rosa chega a 240 ovos | Fotos: Emater/ Divulgação

A vida do produtor rural André Luís Lima La Rosa deu um salto em pouco mais de sete anos, quando deixou a criação de cavalo crioulo no Rio Grande do Sul e decidiu se mudar para Brasília. Chegando à capital federal, adquiriu uma propriedade no Núcleo Rural Nova Betânia, no Jardim Botânico, e há dois anos decidiu investir na avicultura e instalou a granja La Rosa.

Ao optar pela criação de galinha poedeira, André buscou primeiro conhecimento em cursos, capacitações e assistência técnica da Emater-DF. Entre eles, os cursos de Formação em Avicultor, em São Paulo, de Boas Práticas de Fabricação e Como Montar uma Agroindústria, ambos promovidos pela Emater. “Já que era para fazer, decidi que tinha de fazer a coisa certa. Fui buscar conhecimento e fiz todos os cursos compatíveis com a parte de avicultura. Eu fui me programando e condicionando para adquirir mais conhecimentos para poder ter uma produção de sucesso”, afirma André La Rosa.

A granja La Rosa conta, atualmente, com 300 galinhas poedeiras da espécie Embrapa 51. Esse plantel produz, atualmente, 240 ovos por dia. Com o registro da granja na na Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova) da Secretaria de Agricultura do DF (Seagri-DF), André já pode comercializar a produção para mercados e lojas do setor.

“Todo produtor rural toma a grande decisão de saber o que ele quer da avicultura: criar galinha para produção de ovos, para comer ou de dupla aptidão. A partir daí, a gente vai sempre aprendendo sobre sanidade, ambiência dos animais, vacinação. É preciso começar pequeno para ir aprendendo, pois, a avicultura exige todo um controle e dedicação diária com os animais”, disse André La Rosa.

Assistência técnica

Além dos cursos e capacitações para se tornar um ótimo avicultor com a marca de zero perda no seu plantel, André La Rosa contou, ainda, com uma importante aliada: assistência técnica e extensão rural continuada gratuita dos profissionais da Emater-DF. A gestora de avicultura Camila Ribeiral ajudou André com as orientações necessárias para a instalação do galpão de produção, como tamanho e estrutura, escolha da pintainha Embrapa 51 e todo o processo de criação, que envolve a vacinação, sanidade, tipo de cama, controle da água e alimentação. Em seguida, a Equipe Especializada em Agroindústria da Emater-DF entrou em campo. O extensionista rural Paulo Álvares foi o responsável por acompanhar e conduzir o processo de formalização da Granja La Rosa.

“A Emater-DF foi quem viabilizou o registro da minha agroindústria de pequeno porte de ovos na Dipova-DF. Começamos a conversar e o Paulo me apresentou um projeto pioneiro com uma planta pré-aprovada. Daí, vi a oportunidade passando na minha frente, agarrei com as duas mãos e hoje é uma realidade”, conta La Rosa.

Segundo Paulo Álvares, é preciso ressaltar o trabalho anterior à formalização da agroindústria, que é uma consequência do crescimento da produção. “Teve um trabalho inicial em que foi implementada a qualidade do ovo. Com isso, surgiu a necessidade de comercializar essa produção por meio de uma agroindústria e culminou de ser num momento em que a metodologia de planta pré-aprovada tinha acabado de começar, o que agilizou todo um processo que geralmente é longo”, afirma o extensionista.

Sem essa metodologia, o produtor tem que vencer etapas que passam pela apresentação de propostas de plantas que se adequam às necessidades, às exigências da legislação e cada passo até ser aprovado pela Dipova. Dessa forma, a escolha pela planta pré-aprovada quebra toda uma etapa demorada. De acordo com o extensionista rural, as fases mais difíceis são a construção da estrutura e o levantamento de toda a documentação exigida, que a Emater auxilia minuciosamente.

Para a analista de Desenvolvimento e Fiscalização Agropecuária da Dipova-DF, Maíra Barbosa, a celeridade no processo de registro do estabelecimento Granja La Rosa só foi possível porque desde 2021 vem sendo realizado um trabalho conjunto entre Seagri e Emater com o intuito de ter plantas modelo pré-aprovadas junto à Dipova.

“Com isso, os estabelecimentos que realizassem a construção de acordo com os modelos aprovados não precisariam passar pelas análises completas de plantas e memoriais, o que costuma demandar mais tempo, tanto para a análise por parte do órgão distrital, como para as devidas adequações por parte do estabelecimento. Como a Granja La Rosa solicitou o registro baseado na Planta Modelos de Entreposto de Ovos, as análises foram reduzidas. O estabelecimento também respondeu às solicitações do serviço de inspeção de forma rápida, dessa forma o registro pode ser concedido em tempo recorde”, informou Maíra Barbosa.

Comercialização

O próximo passo, também acompanhado pela Emater, é a fase da comercialização para que o crescimento da produção seja sustentável e tenha uma boa gestão financeira. Esse processo é desenvolvido pela gerência de Comercialização da Emater-DF. Somente agroindústrias registradas podem fornecer para mercados e supermercados. André La Rosa é, atualmente, o único produtor rural do DF com granja avícola de pequeno porte já registrada na Dipova.

“Fico muito lisonjeado em saber que fui o primeiro produtor formal de granja avícola de pequeno porte do DF, uma vez que tem tanta gente no mercado e só eu consegui o registro. O que me coloca numa condição privilegiada para fornecer para o mercado local, pois quase todo o ovo vendido em mercados vem de outras cidades. Por isso, estou construindo meu segundo galpão, pois quero aumentar meu plantel para mil aves e ter uma produção diária de 800 ovos. Dessa forma, poderei ampliar a rede de clientes e tornar a produção autossustentável”, informou André.

A planta usada pelo produtor André La Rosa tem capacidade de receber até 3.600 ovos diariamente, capacidade permitida pela legislação do DF para agroindústria de pequeno porte de ovos.

Com informações da Agência Brasília

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